TUDO SOBRE O GOLPE!

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Leia todas as informações sobre as tratativas do golpe, a partir das quase 900 páginas do relatório da PF.

  1. O que pretendiam os golpistas?
    Pretendiam manter Jair Bolsonaro no poder, mesmo após a derrota eleitoral, consumando um golpe de Estado que restringisse o Poder Judiciário e impedisse a posse de Luiz Inácio Lula da Silva, violando o Estado Democrático de Direito.
  1. Qual o “Estado Maior” golpista?
    O “Estado Maior” golpista era composto por militares de alta patente, como o General Braga Netto, além de integrantes do Gabinete de Segurança Institucional (GSI), com liderança de Augusto Heleno, e outros membros do governo, incluindo o então diretor da ABIN, Alexandre Ramagem. Havia também o envolvimento de núcleos operacionais e jurídicos.
  2. Quais as etapas delineadas do golpe?
    Disseminação de desinformação sobre fraudes eleitorais.
    Pressão sobre os comandantes militares para adesão ao golpe.
    Elaboração de um decreto de intervenção no TSE.
    Planejamento operacional para “neutralizar” opositores, incluindo ministros do STF e líderes políticos.
    Formação de uma estrutura de governo pós-golpe.
  3. Quais as já cumpridas?
    Divulgação de desinformação sobre o sistema eleitoral.
    Reuniões para planejar o decreto de golpe.
    Tentativas de convencer comandantes militares.
    Planejamento logístico para ações coercitivas.
  4. Por que o “start” – “Punhal Verde e Amarelo” – foi abortado?
    Foi abortado devido à posição intransigente do comandante do Exército, General Freire Gomes, que recusou-se a aderir ao plano golpista, além de fatores logísticos que impediram a ação planejada para 15 de dezembro de 2022.
  5. Que instrumentos da Constituição os golpistas pretendiam acionar (“golpe dentro das 4 linhas”, “Operação 142”)?
    Planejavam justificar o golpe com base em uma interpretação distorcida do artigo 142 da Constituição Federal, que trata do papel das Forças Armadas na garantia da lei e da ordem, buscando um suposto amparo legal para suas ações.
  6. Que tropas, batalhões, pretendiam mobilizar?
    Pretendiam mobilizar tropas com formação em forças especiais, como o Batalhão de Ações e Comandos (BAC), além de outros destacamentos operacionais sob comando de militares alinhados ao plano golpista.
  7. O que, vitorioso o golpe, os vencedores fariam com o STF e o Congresso?
    Pretendiam restringir ou eliminar a atuação do STF e do Congresso Nacional, anulando suas funções democráticas e estabelecendo uma administração autoritária do país.
  8. Quem, dentro do Palácio e das FFAA, resistiu às tratativas golpistas?
    O General Freire Gomes, comandante do Exército, e o Tenente-Brigadeiro Baptista Júnior, comandante da Aeronáutica, resistiram de forma contundente às tentativas de adesão ao golpe.
  9. A ideia dos golpistas seria manter Bolsonaro na presidência ou instituir uma junta governativa?
    O plano inicial visava manter Jair Bolsonaro no poder. Contudo, havia também discussões sobre a criação de um gabinete de crise para gerir a ruptura institucional, com lideranças militares assumindo funções-chave.
  10. O que se pode deduzir do papel dos ataques de 8 de janeiro e seus desdobramentos, do ponto de vista dos golpistas?
    Os ataques de 8 de janeiro de 2023 foram uma continuação das tentativas golpistas, buscando criar um ambiente de caos para justificar uma intervenção militar e consolidar a ruptura democrática. Esses eventos eram parte do esforço para mobilizar apoio popular e legitimar um golpe de Estado.
  11. Quais as “questões logísticas” que impediram a “Operação Punhal Verde e Amarelo”?
    As questões logísticas que contribuíram para o fracasso da “Operação Punhal Verde e Amarelo” incluíram:
    ● Resistência dos comandantes militares: O General Freire Gomes (Exército) e o Brigadeiro Baptista Júnior (Aeronáutica) recusaram-se categoricamente a participar do golpe, negando o suporte operacional e logístico necessário para implementar o plano.
    ● Interrupção do itinerário de execução: O plano envolvia o deslocamento de tropas e ações coordenadas em diferentes locais, como a residência do ministro Alexandre de Moraes e o STF, mas foi interrompido devido ao fim antecipado de uma sessão no Supremo Tribunal Federal. Isso inviabilizou a sincronização das ações planejadas.
    ● Falta de alinhamento total: Embora parte da Marinha, representada pelo Almirante Garnier, estivesse alinhada ao golpe, a ausência de adesão unânime das Forças Armadas fragilizou a execução prática da operação.
    ● Técnicas de anonimização e falhas operacionais: Os golpistas tentaram ocultar suas ações com uso de telefones registrados em terceiros e outros métodos. No entanto, a falta de preparação logística e a exposição antecipada do plano enfraqueceram a coordenação entre os envolvidos.
    ● Falta de apoio das bases militares essenciais: Embora houvesse adesão de alguns militares de alta patente e forças especiais, a ausência de respaldo das tropas regulares e de comandos estratégicos, como o COTER (Comando de Operações Terrestres), enfraqueceu a capacidade de mobilização e execução do plano. Sem o suporte logístico de unidades militares regulares, a operação ficou limitada aos “Kids Pretos” e grupos clandestinos, insuficientes para garantir o sucesso do golpe.
    ● Monitoramento pelas autoridades: A Polícia Federal e outras autoridades de segurança vinham monitorando de perto as atividades do núcleo golpista. A quebra de sigilo telemático e a interceptação de comunicações revelaram detalhes importantes da operação, frustrando a capacidade dos envolvidos de coordenar seus atos com discrição.
    ● Recursos logísticos insuficientes:
    Equipamentos e transportes: A operação previa deslocamentos coordenados em Brasília, mas as viaturas e equipamentos planejados eram limitados, com alguns veículos rastreados ou pertencentes a instituições públicas, facilitando a exposição do plano.
    Armamentos e estrutura tática: As ações planejadas para execução ou neutralização de autoridades, como Alexandre de Moraes e o presidente eleito Luiz Inácio Lula da Silva, exigiam armamento e recursos táticos em escala que não foram adequadamente disponibilizados.
    ● Falta de sincronização entre os núcleos golpistas: A divisão entre os grupos que planejavam o golpe (jurídico, operacional e de desinformação) gerou dificuldades em alinhar estratégias e prazos. Por exemplo, a tentativa de obter suporte do COTER ocorreu paralelamente à pressão sobre o comandante do Exército, mas sem articulação eficaz, resultando em ações desconexas.
    ● Inteligência insuficiente para ações críticas: Embora houvesse monitoramento do itinerário de Alexandre de Moraes e do presidente eleito, o nível de detalhe e a precisão das informações não foram suficientes para garantir que as ações clandestinas ocorressem no momento e local planejados. Esses fatores, combinados com a resistência de comandantes-chave e a ausência de adesão popular suficiente, tornaram inviável a execução da operação como planejada.
  12. Não foi cogitado anular as eleições de 2022 na sua totalidade, prorrogando os mandatos dos congressistas, governadores e deputados estaduais de então?
    Sim, foi cogitada a possibilidade de anular as eleições de 2022, mas não como foco principal. O plano inicial centrou-se na tentativa de desacreditar o pleito presidencial e justificar uma intervenção direta para impedir a posse de Luiz Inácio Lula da Silva. A anulação geral das eleições, com prorrogação dos mandatos, foi considerada inviável por questões estratégicas:
    ● Objetivo principal de manter Bolsonaro no poder: A narrativa golpista se concentrou na suposta fraude específica contra Bolsonaro, evitando abordar diretamente outros cargos para preservar aliados eleitos, incluindo congressistas e governadores próximos ao grupo golpista.
    ● Complexidade política e institucional: Um golpe que anulasse todas as eleições demandaria um suporte muito maior, tanto em termos de adesão das Forças Armadas quanto de apoio popular, o que estava além da capacidade logística e estratégica dos golpistas.
    ● Narrativa limitada à fraude nas urnas presidenciais: A base do discurso era a fraude contra o “número 22” (candidato presidencial), o que inviabilizava justificar a anulação de todo o pleito sem perder a coesão da narrativa. Portanto, a estratégia focou em medidas que afetassem diretamente o resultado presidencial, enquanto a anulação completa do pleito ficou fora das prioridades por falta de viabilidade prática e respaldo institucional.
  13. Houve previsão de como enfrentar eventuais resistências ao golpe “constitucional”, inclusive com prisões?
    Sim, houve previsão detalhada para enfrentar resistências ao golpe, incluindo prisões e outras medidas coercitivas:
    ● Neutralização de opositores: Os golpistas elaboraram planos para “neutralizar” figuras-chave que poderiam resistir ao golpe, como o Ministro Alexandre de Moraes, o presidente eleito Luiz Inácio Lula da Silva e o vice-presidente eleito Geraldo Alckmin. Esses planos incluíam ações de prisão ou, em casos extremos, execuções.
    ● Uso de Forças Especiais: Tropas de elite, como o Batalhão de Ações e Comandos (BAC) e os “Kids Pretos”, foram destacadas para atuar em ações clandestinas, com objetivos que iam desde a prisão de autoridades até o assassinato, se necessário.
    ● Gabinete de Crise: Foi prevista a criação de um “Gabinete Institucional de Gestão da Crise” liderado por Augusto Heleno, para gerir as resistências e administrar a ruptura institucional. Este gabinete teria coordenação militar para conduzir operações repressivas e garantir o controle da situação após a consolidação do golpe.
    ● Ataques a comandantes militares opositores: Estruturas da “milícia digital” foram mobilizadas para desacreditar comandantes das Forças Armadas que resistissem ao golpe, com disseminação de notícias falsas e ataques pessoais, visando minar sua autoridade e justificar intervenções diretas contra eles.
  14. A ida de Bolsonaro para o exterior, ao menos temporariamente, para retornar “triunfante”, foi pensada pelos golpistas, ou decisão voluntária, individual, dele? Mauro Cid foi junto?
    A saída de Bolsonaro para o exterior, especialmente para os Estados Unidos, estava prevista como parte de um plano estratégico dos golpistas. Foi pensado como um movimento para preservá-lo de uma eventual responsabilização imediata, caso o golpe falhasse, e para permitir seu retorno “triunfante” após a consolidação da ruptura democrática:
    ● Planejamento estratégico: O plano incluía a criação de uma narrativa de exílio voluntário, que reforçaria a ideia de perseguição política e alimentaria a mobilização popular e institucional para justificar sua volta ao poder.
    ● Coordenação com Mauro Cid: Mauro Cid, ajudante de ordens e figura central no planejamento operacional do golpe, manteve-se em proximidade com Bolsonaro. No entanto, ele não viajou com o ex-presidente. Cid permaneceu no Brasil para articular a continuidade das ações clandestinas e coordenar os núcleos operacionais e de desinformação durante o período em que Bolsonaro estivesse no exterior.
    ● Decisão não totalmente individual: Apesar de parecer uma decisão pessoal, a saída foi discutida dentro do núcleo estratégico dos golpistas, que avaliaram a necessidade de preservar Bolsonaro para liderar uma possível retomada do poder em caso de sucesso das ações golpistas

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