Após quatro meses de trabalho árduo, provas contundentes e mil páginas de depoimentos com acusações gravíssimas, o relatório final do Conselho de Ética da Câmara Municipal do Rio pediu a cassação do mandato do vereador Gabriel Monteiro por quebra de decoro parlamentar. Ele responde por assédio moral e sexual a ex-assessores, estupro de quatro mulheres, gravação de ato sexual com menor de idade e manipulação de filmagem para promoção pessoal. São graves violações que atentam contra a ética e o decoro que o cargo exige.
Os depoimentos das testemunhas são assustadores. Eles revelam que o vereador sabia que se relacionava com menores de idade: “Minha novinha. Eu só gosto de novinha. Eu vou abrir uma creche”. O ex-assessor Vinícius Hayden Witeze, que morreu tragicamente em um acidente automobilístico dias após depor no Conselho de Ética, temia por sua integridade física: “(Gabriel Monteiro) pode não ter sido a pessoa que mandou (ameaças), mas incentiva isso nas mídias sociais dele. Tenho medo pela minha vida e pela vida da minha família”.
Luíza Batista foi assistente de produção do vereador e relatou: “Ele me abraçava por trás, dizia ‘te amo’, beijava o meu rosto, saía de pênis ereto e mostrava pra segurança.”. Quatro mulheres o acusam de estupro. Uma delas afirmou ao Fantástico que foi agredia após pedir que Gabriel Monteiro interrompesse uma relação sexual inicialmente consentida.
Gabriel Monteiro também acumula contra si 19 ações cíveis e três ações criminais, com imputações de danos morais, calúnia, difamação, injúria e lesão corporal, sem contar as investigações que tramitam em segredo de Justiça, em que ele figura como réu por crimes sexuais previstos no Estatuto da Criança e Adolescente (ECA) e por assédio sexual e importunação sexual. Somam-se, ainda, 21 inquéritos policiais que apuram o seu envolvimento na prática de diversos crimes e 16 procedimentos distintos no Ministério Público Estadual, que investigam fatos relacionados a abuso de autoridade, improbidade administrativa, dano ao erário, peculato, ameaça, perseguição, coação, incitação a homicídio, crime eleitoral e outros.
Diante de tudo isso, é muito importante que o Conselho de Ética aprove o relatório com a punição máxima estabelecida pelo relator Chico Alencar (PSOL) e o plenário da Câmara do Rio ratifique essa decisão. Serão necessários 34 votos dos atuais 50 para afastar Gabriel Monteiro da vida pública. O Legislativo municipal precisa dar uma resposta firme às vítimas de Gabriel Monteiro e à sociedade. A impunidade não pode prevalecer! Ajude a pressionar os vereadores assinando o manifesto EU QUERO A CASSAÇÃO DE GABRIEL MONTEIRO.