Hoje é domingo de Pentecostes (50 dias após a Páscoa da Ressurreição de Jesus).
No relato de João (20, 19-23), o Mestre aparece na sala onde estavam seus discípulos, trancados, amedrontados, tristes e desanimados.
E lhes deseja a Paz, por duas vezes. E sopra, suave e terno, sobre cada um: “recebam o Espírito Santo!”. E lhes envia em missão, para que, abrindo portas e janelas, saiam ao mundo e renovem a face da terra.
“É uma luz que chega de repente, qual refulgir de uma estrela cadente, que acende a mente e o coração” – cantam João Nogueira (1941-2000) e Paulo Cesar Pinheiro.
Somos tod@s “pentecostais”, isto é, capazes de inspiração, de ver o invisível, de sentir que “existe uma força maior que nos guia”. A arte ilumina, comove e ajuda.
Somos tod@s “missionários”, isto é, promotores, junto aos semelhantes, de atitudes de justiça, cuidado (para com toda a Criação), saúde física e mental e solidariedade (como acontece agora frente ao flagelo do Rio Grande do Sul, pelas pessoas e pelo poder público, exceto os egoístas e negacionistas).
Vida é transpiração, trabalho, “ralação”. Mas precisa da inspiração, do que dá “alma”, sentido e alegria. Exige entusiasmo (Deus dentro da gente).
Que o Espírito Santo, representado pela pomba da paz – a mesma que apareceu a Noé, ao fim do dilúvio, indicando que a vida prevaleceria – e pelas línguas de fogo, nos ilumine, motive e guarde!
Há meio século, um jovem compositor, Sidney Miller (1945-1980), pedia para seus versos passarem “como o vento que sopra” e “correr entre as línguas de fogo”. E indagava, inspirado: “pra onde vai o som/ depois que o escutamos? Pra onde vai a voz que vem de nós/ pra onde vamos?”.
O Espírito sopra onde quer e quando quer, mas só abertos à sua infusão caminhamos rumo ao bom, ao belo, ao bem viver.
Por essa necessidade espiritual e real rezamos/oramos, pedimos, festejamos (as festas populares do Divino são lindas, Brasil a dentro).