Neste domingo celebra-se a festa de São Pedro e São Paulo, apóstolos pilares do cristianismo.
Pedro e Paulo, tão diferentes. Pedro, rude e franco pescador. Paulo, estudioso escudeiro da lei judaica.
Pedro e Paulo, tão iguais: um nega Cristo três vezes, outro persegue centenas de cristãos.
Um se arrepende amargamente, outro cai do cavalo, literalmente, ao ouvir a voz da consciência, da conversão.
Iguais na diferença: Pedro será pedra sobre a qual se erguerá uma comunidade de fiéis. Que, nos seus primórdios, era guiada pelo amor e pela partilha, não por poder e riqueza.
Paulo, do latim “pequeno”, engrandecerá a fé, a esperança e a caridade mundo afora: “tristes, mas sempre alegres, pobres mas enriquecendo a muitos, nada tendo mas possuindo tudo” (2 Coríntios 6, 10).
Pedro e Paulo, semelhantes na fragilidade. Papa Francisco lembra que suas vidas “não foram límpidas nem lineares. Eles cometeram erros enormes, mas nas suas quedas descobriram a força da misericórdia de Deus. Falharam, mas encontraram um Amor maior do que todos os seus fracassos”. Como nós…
Pedro e Paulo, iguais também no fim, na prisão e no martírio sob o Império de Nero (século I da nossa era).
Pedro como seu xará Casaldáliga (1928-2020), “militante derrotado de causas invencíveis”.
Paulo como seu xará Freire (1921-1997): “mais que esperar é preciso esperançar, e viver docentemente”.
Pedro e Paulo – gerados por Marias – inspiradores. E nos indicam caminhos: do coração e da razão, na fé e na luta!