O QUE NÃO TEM LIMITE, NEM NUNCA TERÁ!

(fotos Comissão Pastoral da Terra - CPT)

O Evangelho desse domingo (Marcos 2, 23-28 e 3, 1-6) revela um Jesus que coloca a necessidade humana e a prática do bem acima das regras eclesiásticas e das formalidades.

Ritos, normas e leis podem servir ao convívio social. Mas tornam-se escravizadoras quando, levadas ao pé da letra, impedem a justiça e a solidariedade.

Nos campos, os discípulos de Jesus colhem trigo em pleno sábado – dia em que, na tradição judaica, não se deve fazer nada.

Interpelado pelos fariseus, Jesus lhes lembrou de “heresia” até maior: Davi e seus companheiros comendo os pães das oferendas no Templo, por sentirem fome – disse, aprovando a atitude. Jesus nunca foi um legalista!

Tanto que ele próprio curou – na sinagoga e naquele sábado – um homem de mão ressecada: “a Lei não permite fazer o bem no sábado?”. Vivificou aquela mão para que ela voltasse a afagar, trabalhar, servir…

Os hipócritas, “duros de coração”, começaram a pensar um plano para matar Jesus, o “blasfemo”. Não suportavam sua liberdade e franqueza. “O sábado foi feito para servir ao homem, e não o homem para o sábado!”.

Ainda hoje, muitas igrejas e dirigentes religiosos, para exercer poder, se agarram a normas e hierarquias, prisioneiros das enganosas aparências. Elas contam mais que a prática do Amor.

“Deus nos deu asas, mas as religiões inventaram gaiolas”, alertou Rubem Alves (1933-2014). Fé e religião são para libertar e plenificar, e não para alienar e limitar.

Às vezes é preciso sair das regras formais e frias da religiosidade para viver a plena e arrebatadora dimensão da fé.

Em pequeno poema-oração intitulado “Equívocos”, Pedro Casaldáliga, bispo católico do Araguaia e do mundo (1928-2020), contrapõe a concepção farisaica e herodiana de religião à mística autêntica (em conflito até os nossos dias): “Onde tu dizes lei, eu digo Deus./ Onde tu dizes paz, justiça, amor, eu digo Deus./ Onde tu dizes Deus, eu digo liberdade, justiça, Amor!”.

Amém!

Romaria da Terra, Assentamento Conquista da Luta – Itacurubi (RS)

O bispo e o cacique: Amor, a lei maior

(fotos Comissão Pastoral da Terra – CPT)

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