Que maravilha o jeito do Cristo Ressuscitado junto aos seus discípulos!
Sempre que aparece, deseja o essencial àquelas pessoas amedrontadas e inseguras, com portas e janelas trancadas (como nós, hoje): “a paz esteja com vocês!” (João, 20, 19-31).
A paz! Interior e exterior. A interior, de quem gosta de amar seus semelhantes, vencendo o pecado original do egocentrismo, e sabe-se em comunhão com toda a Criação. A exterior, de quem repudia a injustiça, a exploração, as discriminações, a matança e a guerra.
A paz de Cristo! Mesmo numa sociedade que produz neuroses em escala industrial e nesse mundo conflitado e desigual é possível encontrá-la!
É urgente crer na paz, ser a paz: fragmento aqui e agora do mundo que virá, da vida eterna, do útero cósmico e acolhedor de Deus, morada atemporal de tantos(as) que partiram. Onde “menino/as maluquinho/as” brincam de roda com seu paizinho Ziraldo e todo/as o/as que cumpriram sua existência criando e fazendo o bem.
A paz que só chega para quem, ao contrário de Tomé, crê para ver a realidade, sem se deixar iludir, enxergando suas chagas. E, energizado pela utopia (sem a qual viver é fardo e apatia), se põe na caminhada, junto com tantas e tantos, para superá-las, “arrancando alegrias ao futuro” (Maiacovski).
Aproveite o domingo e se indague: as portas e janelas do seu coração estão fechadas?Como anda sua paz? Como anda sua luta?
Fique em paz (que, como dizia o profeta Isaías, 700 anos antes de Cristo, é fruto da Justiça).
“A incredulidade de São Tomé”- Caravaggio (1571-1610)