Hoje é o 1º domingo do Advento – que quer dizer “chegada”, “espera” do que está por vir. Advento do Natal, tempo de preparação para a chegada do Emanuel (Deus conosco).
No evangelho de Marcos (13, 33-37), Ele nos alerta: “estejam atentos, vigiem, não fiquem dormindo”.
Em outras palavras, não nos acomodemos, não achemos tudo “normal”, não fiquemos no torpor, alheios, na superfície. Estejamos sempre atentos e fortes!
A vida, repleta de dádivas e dúvidas, é a certeza maior. E é frágil, acaba num segundo. Como estamos realizando o bem de ter nascido?
A vida é uma constante espera: de dias melhores, da boa saúde, de reconhecimento, do amor perfeito, da superação das angústias.
Uma expectativa mora em nós: por natureza, queremos sempre a plenitude (“Pedro não sabe mas talvez no fundo/ espere alguma coisa mais linda que o mundo/ maior do que o mar…” – cogitou Chico Buarque sobre o “Pedro pedreiro” de uma de suas primeiras canções). Qual a sua espera, a sua grande expectativa?
Espera sem esperança vira ansiedade, aflição, desalento. Espera esperançosa se constrói: é ir, com alegria (apesar das dores), tocando em frente – “como um velho boiadeiro tocando a boiada”. Tendo rumo, sendo estrada.
Espera grande e luminosa é a do Natal em nós. Pelo Advento não de presentes e comilança – inacessíveis à maioria – mas da Presença do divino, do sol dissipando as trevas, da energia da natureza superando a destruição, do Amor prevalecendo sobre o ódio e a injustiça.
Advento da Eterna Criança que nos habita e pede para ser confraternizada: prestemos atenção, abramos espaço!
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