CRISTO, REI DO UNIVERSO: “TODO MENINO É UM REI”…

Sérgio Prata - painel da igreja de Cristo Rei (Atibaia - SP)

O tempo voa: hoje, em várias igrejas cristãs, se encerra o ano litúrgico. Domingo que vem começa o tempo do Advento, de preparação para o Natal.

Celebra-se “Cristo Rei”. O evangelho lido (Mateus 25, 31-46) mostra um rei diferente, que não quer ser servido. “Rex”, na acepção latina da palavra, vem de “regere” = reger, conduzir.

Como o Filho do Homem – como Jesus preferia se denominar – “rege” o juízo sobre todos os povos, partindo da atitude existencial de cada um(a) de nós?

Não pela nossa relação com ritos, lei, religião, ou mesmo com um Deus externo e severo, sempre a nos culpar.

O que conta é a relação com o Outro, com o semelhante. A realidade dos comuns, não a “realeza” dos que se julgam superiores.

Sobretudo dos mais necessitados, despossuídos, invisibilizados, apequenados na sua condição humana: “tive fome e me deste de comer; sede, e me deste de beber; era estrangeiro e me hospedaste; estava nu e me vestiste; doente e me visitaste; na prisão, e foste me ver”. Que revolução: Deus está nos deserdados!

Somos benditos e conquistamos eternidade quando praticamos solidariedade efetiva para com esses que são “os mais pequeninos irmãos” de Jesus, os injustiçados da terra. Os que passam fome e sede (até de sentido de vida), estão expatriados, despojados (nus), doentes, presos… A multidão dos sem!

Papa Francisco, sempre que indagado pelos tacanhos sobre se é “comunista” (a ignorância está em alta), responde: “se cumpro os critérios do juízo final de Mateus 25, sou. Jesus também…”

Cristo Rei, do reinado de justiça e amor, que nos chegará menino pobre, sem teto e sem terra na Palestina dominada, não “ordena” exércitos para defendê-lo nem cruzadas para converter infiéis.

É juiz justo de nossa ATITUDE de serviço e empatia para com o Outro, e comunhão e cuidado com toda a tão maltratada Criação.

Ele nos convida a levar uma vida “descentrada’, leve e liberta, dedicada a quem mais precisa. Para desfrutar – livres dos tormentos – das delícias da plenitude que jamais passará.

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