Nesse domingo, as comunidades de fé espalhadas pelo mundo ouvem orientações de um mestre no relacionamento humano: Jesus Cristo.
Em Mateus (18, 15-20) Ele fala da “correção fraterna”: “se o teu irmão peca, mostre-lhe o erro, mas só entre vocês dois”. Persistindo, chame outros, ternos, fraternos. Se ainda assim ele continuar fechado em seu descaminho, leve à comunidade de iguais para refletir sobre a crítica e fazer autocrítica.
Quando há amor, nunca se desiste: “desesperar do outro é desesperá-lo” (Emanuel Mounier, 1905-1950). Sim, há casos de alto impacto social que fogem ao alcance da “correção fraterna”; aí entra o sistema de Justiça – ou deveria…
Nascemos inacabados, crescemos incompletos, somos imperfeitos.
Na vida, cometemos muitos erros. Precisamos dos outros para nos alertar, para crescer.
Não de um “juiz severo” pronto para castigar, mas do parceiro disposto a ajudar. Não daqueles que só condenam e nos rebaixam, mas dos amigo(a)s que dão o toque e ouvem. Dão a mão e nos ajudam a reerguer.
Quando “pisamos na bola”, precisamos não da fofoca, que expõe e humilha, inclusive cristalizando preconceitos, mas de um coletivo solidário que entenda e acolha.
Jesus fala da franqueza na relação entre iguais e das fraquezas que todos temos. Ressalta o fundamental na sua pregação (e em todas as religiões, quando não distorcidas): o amor mútuo. “Quando dois ou mais se reunirem em meu nome, estarei no meio deles”.
O Espírito do Todo Poderoso Amor supera as barreiras do egocentrismo, os limites do tempo, os muros dos espaços privatizados e excludentes.
A fraternidade universal fará a Humanidade avançar, apesar das armas de destruição que acionamos, do colapso climático que provocamos, dos horrores coletivos que protagonizamos, da cultura individualista e de morte que estimulamos.
Aprendamos com Santo Agostinho (354-430 d.C.): “necessitamos uns dos outros para sermos nós mesmos”.
(Breves reflexões, para cristãos ou não)
Foto: Centro Loyola/Anne Shvets – pixels.com