Todas as pesquisas para a presidência da República – de empresas com maior ou menor credibilidade – apontam liderança de Lula e, por outro lado, pequeno e real crescimento de Bolsonaro.
Pesquisas são uma fotografia do momento. Estamos a seis meses do pleito e muita água vai rolar debaixo da ponte sempre instável e volúvel do Brasil.
Arrisco algumas considerações sobre as pesquisas desse mês de março:
1) a polarização está dada: Lula X Bolsonaro; a tal 3a via virou uma “via das dúvidas”. Não é impossível, mas parece ter poucas chances de se firmar;
2) a polarização é de um extremo só: a extrema-direita representada por Bolsonaro. Lula está mais “light” do que nunca e a quase certa efetivação de Alckmin (que trocou o PSDB pelo PSB) como vice é prova disso;
3) a máquina governamental e sua produção de “bondades” em ano eleitoral conta (vide Cláudio Castro, no Rio): a pesquisa já revela os efeitos, positivos para Bolsonaro, do “Auxílio Brasil” de R$ 400, da antecipação do 13% dos aposentados e abatimento de dívidas no Financiamento Estudantil (Fies). A queda da pandemia, graças à vacinação, também ajuda quem está no poder, mesmo que tenha pregado contra vacinas e máscaras (é a famosa memória curta).
4) nossa cultura democrática, com adesão a valores como democracia, direitos humanos e princípios republicanos, ainda é débil: 30 a 35% da sociedade brasileira – muitos desses entre os mais ricos e “estudados” – não se importa que uma liderança defenda tortura, autoritarismo e sempre “proteja os seus”.
5) Lula segue liderando com folga entre os mais pobres, que ganham até 2 salários mínimos (51 a 19%), os mais jovens, de até 24 anos (51 a 22%), os católicos (48 a 23%) e as mulheres (46 a 21%). Mas nada disso está cristalizado, tanto que os que diziam “não votar de jeito nenhum em Bolsonaro” mudaram de “convicção”: pelo Datafolha, eram 60% em dezembro, agora são 55%…
Respostas mais definitivas virão com o tempo. E com a campanha eleitoral, claro. Que espero ser de ideias e projetos para esse país de povo tão sofrido, machucado, ansioso por um futuro melhor. Façamos por merecer!
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