Na obsessão pela reeleição, o presidente do Centrão (não acabou a mamata!) pratica esquizofrenia política: quando a inflação dispara, quando o desmatamento atinge níveis devastadores, quando há falcatruas, quando o preço dos combustíveis vai à estratosfera, ele… terceiriza a responsabilidade. O comandante valentão vitimiza-se: “não posso fazer nada”. Então pede o boné, pô!

É bem o caso agora, da “bomba” dos preços da gasolina e do diesel nas bombas dos postos, e do gás de cozinha. O (des)governo Bolsonaro nunca se opôs à continuada privatização da Petrobras. A venda da BR Distribuidora foi parte importante desse desmonte. Com boa vontade, podemos dizer que a política do (des)governo para a empresa onde é acionista majoritário sempre foi errática, confusa, indefinida.

Agora Bolsonaro vocifera contra a Petrobras e opera para tirar o general que colocou na presidência há não muito tempo. Faz o que os militares chamam de “trabalho de sapa”, para desmoralizar Luna e Silva. Briga de foice no escuro, onde o interesse da população vai sendo ceifado.

A Petrobras não define sozinha o preço dos combustíveis nos postos. Aquele valor assustador é composto por uma série de outros elementos – como impostos, margem de lucro, etanol obrigatório etc – além da matéria-prima derivada do petróleo. Inclusive a ganância dos donos…

O mercado internacional dessa commoditie, oscilante, conta, claro. Mas não podemos continuar com essa submissão automática, que só interessa às megaempresas petroleiras, prioritariamente voltadas, nessa etapa de financeirização do capital, para os ganhos de seus acionistas nas bolsas de “valores” (?) do mundo.

Precisamos de políticas continuadas de transição da matriz energética baseada em fósseis, de transparência na composição dos preços dos derivados de petróleo, de uma Petrobras pública, com gestão democrática e sob controle social, de contenção dos ganhos financeiros, de uma reforma tributária que desonere tudo o que incide sobre o cotidiano de sobrevivência da nossa gente.

Precisamos, urgentemente, de tudo o que o desastroso BolsoCARO não faz.

Desenho do Nando – que nem chegou ao desespero nas casas dos pobres e remediados desse país…