PARA ALÉM DO TEMPO, DENTRO DELE

Victor Hugo, o escritor francês, disse, no século XIX, que “viver não passa de uma longa perda de tudo o que amamos”. Na terceira década do século XXI, nós, que aqui estamos, afirmamos que viver é uma continuada luta para não perdermos a lembrança e o exemplo das pessoas que amamos e partiram.

Já se passaram quatro anos. São 48 meses. Transcorreram 1.461 dias. Insistimos, persistimos, não desistimos: quem mandou matar Marielle? Quem tramou a execução covarde que também nos tirou Anderson?

Contamos os dias, os meses, os anos. Mas nossa indignação e nossa saudade rompem os grilhões do tempo: como a voz e a vida dos e das que foram silenciadas e arrancados da existência, nosso grito coletivo há de ecoar pelos séculos. Os canalhas, os truculentos, os neofascistas não triunfarão! Os que destroem corpos pulsantes não eliminarão almas generosas, não obscurecerão espíritos sedentos de Luz!

Não há esquema macabro que um dia não venha a ser desvendado. Não há crime hediondo que não possa ser esclarecido, não existem podres poderes que permaneçam intocáveis.

Nesse dia de memória e afirmação da VIDA da nossa amada Marielle, seguimos sua orientação: clamamos por JUSTIÇA para ela e para todas as outras vítimas do racismo, da discriminação, do armamentismo, do mandonismo político, das negociatas corruptas, da violência de classe. As mãos sujas dos poderosos acionaram e continuam acionando os gatilhos da barbárie.

Nossos mortos vivem, em outro plano, no mistério do Todo Poderoso Amor. E também em nós que, em meio a lágrimas, os continuamos. Fernando Brant deixou certeza: “memória não morrerá!”. Aldir Blanc, outro grande que partiu, garantiu: “uma dor assim pungente não há de ser inutilmente”.

MARIELLE PRESENTE!

ANDERSON PRESENTE!

JUSTIÇA JÁ, JUSTIÇA SEMPRE!

Foto: arquivo PSOL

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