O Rio hoje terá, pelo quarto dia consecutivo, a temperatura mais alta entre as cidades brasileiras: sensação térmica de 55 graus! São Paulo, na tarde de ontem, sofreu com um temporal: raios, granizo e ventos de até 81 km!
Nosso planeta é um organismo vivo. Tudo está interligado. Os extremos climáticos acontecem com frequência cada vez maior, por causa do aquecimento global (há negacionistas que não o reconhecem).
A guerra na Ucrânia atrai toda a atenção – e com razão. Mas não podemos desconhecer uma “guerra” surda que o modo predominante de ocupar a terra, produzir bens e distribuí-los, sob a égide do lucro, produz no planeta. Essa “guerra” vitima boa parte da Humanidade com a desigualdade social, e o planeta como um todo, com o seu envenenamento.
O relatório da ONU sobre o clima não pode ser tão ineficaz quanto suas “recomendações” pela Paz. O Painel Intergovernamental sobre Mudanças Climáticas (IPCC, sigla em inglês), elaborado por 270 cientistaas de 67 países (inclusive do Brasil), informa que a temperatura do planeta aumentou 1,1º no último século. E que se não mudarmos o sistema produtivo, poderemos chegar ao fim do século XXI com 3º de aumento!
Nesse quadro tóxico e tórrido, de secas prolongadas, incêndios e chuvas torrenciais, com enchentes mortais (não esqueçamos de Petrópolis, com nossos 233 mortos…), o IPCC indica que até 14% das espécies terrestres enfrentarão risco de extinção. O relatório lembra que mais de 3 bilhões de pessoas (45% da população mundial) vivem em lugares “altamente vulneráveis à mudança climática” – e a América do Sul está entre esses.
A transição energética para novas matrizes – eólica, solar, hidrelétrica (mas sem mega usinas), superando a fóssil – é um imperativo de sobrevivência. O Acordo de Paris, em 2015, para garantir um aquecimento menor que 2º já não é suficiente.
Busquemos o grande desde o miúdo: que cada um de nós faça a sua parte no cotidiano, cuidando de nossas praças e jardins, separando lixo, denunciando corte de árvores e impermeabilização do solo nas grandes cidades e ocupações “milicianas” imobiliárias. Reagindo, aqui nas redes, contra o “liberou geral” de agrotóxicos no Brasil. Parem de nos envenenar!
“Terra, és o mais bonito dos planetas, estão te maltratando por dinheiro, tu que és a nave nossa irmã” (Beto Guedes/Ronaldo Bastos). Saibamos cuidar!
Ilustração – FIA – Jornal de Brasília – internet