O ritual da Quarta-feira de Cinzas lembra nossa finitude: “tu és pó e ao pó retornarás”. A Quaresma, memória dos 40 dias que Jesus passou no deserto, é chamamento a uma vida mais interiorizada (oração), solidariedade para com os necessitados (caridade) e cuidado com nosso próprio corpo (jejum = alimentar-se sem excessos).
Também começa a Campanha da Fraternidade, da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB), que tem como tema, esse ano, a Educação. Educação para criar pessoas novas, francas, generosas, não consumistas nem egoístas – caminho para uma humanidade transformada. Educação pública e democrática. Educação libertadora. José Saramago, ateu, dizia que era “muito mais fácil educar para a guerra do que para a paz, pois essa educação implica reconhecer o outro como irmão, percebê-lo na sua diferença, ser solidário”.
Nesse 2 de março, em especial, o papa Francisco pede a todas as pessoas de boa vontade um dia inteiro de intenções pela paz no mundo. Um “jejum” para não ficarmos presos em nosso mundinho, diante de tanto sofrimento que a guerra impõe (há não apenas a Ucrânia, mas outros 29 países no mundo com conflitos armados, ceifando vidas inocentes). Uma prece para que cessem, de vez, a insensatez dos militarismos expansionistas, dos imperialismos e da ameaça nuclear.
“Junto a meus companheiros contemplo a enorme realidade (…) Estão taciturnos/ mas nutrem grandes esperanças (…) O presente é tão grande/ não nos afastemos muito:/ não nos afastemos muito/ vamos de mãos dadas” (CDA)
Foto arquivo pessoal C.A.