Bolsonaro, agora no PL do Centrão, tem uma estratégia clara para o caso de, em outubro, perder a eleição: dirá que foi roubado, que houve fraude na votação. Para isso o bolsonarismo age, descaradamente. Os passos do golpe já estão sendo dados:
1) Foi retomada a campanha de descrédito nas urnas eletrônicas (em dezembro e janeiro passados cerca de 400 mil postagens contra as urnas eletrônicas tiveram 111 milhões de interações nas redes, diz estudo da FGV);
2) Deputados bolsonaristas “especializados” em fake news, como Carla Zambelli, Bia Kicis e Eduardo Bolsonaro, batem nessa tecla quase que diariamente;
3) A cúpula militar foi colocada dentro da Justiça Eleitoral, embora não tenha mandato constitucional nem saber especial para isso. O seu representante na Comissão de Transparência do TSE fez 70 questões sobre a segurança das urnas, todas já respondidas, mas Bolsonaro divulgou que as FFAA colocam “dúvidas”, insistindo na tutela autoritária e golpista. O ex-ministro da Defesa de Bolsonaro, general Fernando Azevedo, foi convidado pelo próprio TSE para ser seu diretor-geral, mas felizmente desistiu;
4) Hackers russos, que comprovadamente interferiram nas eleições do Brexit do Reino Unido e presidenciais dos EUA, já estão ativos aqui, produzindo notícias falsas e ajudando na invasão das mentes do eleitorado brasileiro. A própria visitinha de Bolsonaro a Putin favoreceu essa atividade ilegal.
Pablo Ortellado, cientista político, avisou, em artigo n´O Globo (19/2/2022): “Bolsonaro, se ganhar, dirá que o fez a despeito dos votos subtraídos. Se perder, dirá que foi roubado e insuflará uma revolta. É a mesma estratégia de Donald Trump, só que com o apoio de parte das Forças Armadas”.
Saibam esses golpistas, a paisana ou fardados, que resistiremos. O golpismo, depois de repudiado nas urnas, será enxotado pelas multidões. Preparemo-nos, com as armas da consciência democrática e cidadã!
Imagem: o traço contundente de Latuff