QUANDO A ÁGUA – QUE É VIDA – MATA

Mães gritando por suas filhas. Filhos procurando por seus pais. Agonia, dor e morte. Essas são as cenas da tão amável e histórica Petrópolis, sob o “tsunami” de chuva e lama que a inundou, soterrou, destruiu.

Até aqui, 35 mortos identificados. Mas, tragicamente, serão muitos mais. Número incalculável de desabrigados. A maioria de gente pobre, que “arranca a vida com a mão”. Perda de vidas e também de casas, móveis, carros, animais de estimação, pequeno comércio, meios de sobrevivência.

Em Petrópolis, caos no caos, agravados pela miséria social aguda: no centro, lojas sob água também foram saqueadas. A cidade hoje está totalmente parada, contando perdas e danos. Rezando para não ter mais chuva – que estão previstas.

Ser solidário é sentir na pele a dor do outro – e ela é imensa em Petrópolis, nesse momento. Ser solidário é agir, dentro das possibilidades de cada um. O sistema de doações está sendo organizado, com cuidado para não haver, como costuma desgraçadamente acontecer, desvios, malversação.

Ser solidário é cobrar do Poder Público empenho máximo na salvação de vidas e na reconstrução da cidade. Ainda há muitas carências; os mecanismos de prevenção, tão reiterados e já planejados (no papel), foram insuficientes. Muita gente procurando entes queridos e bens por conta própria: o socorro ainda não chegou – só os dedicados 120 bombeiros do município não dão conta!

É assim a cada enchente, foi assim na Região Serrana, sobretudo em Friburgo, em 2011 (918 mortos, 99 desaparecidos!). Petrópolis tem 234 locais de risco. Tragédias anunciadas.

Constatar que choveu em 6 horas o correspondente a um mês (mais de 200 mm) não basta. A realidade é que vivemos num mundo de extremos climáticos – desertificação de um lado, inundações de outro. Isso decorre também do modo como ocupamos o planeta e erguemos nossas cidades tão desiguais, sem cuidado, planejamento, programa habitacional sério para os de baixa renda. A mãe Terra, com seus ciclos vitais agredidos pela rapinagem humana, reage: com vírus letais, estiagem prolongada, temporais…

Fotos de redes sociais, publicadas em Portal – Edição Norte

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