Hannah Arendt (1906-1975), grande filósofa e educadora alemã, conta que estava em Roma quando Angelo Roncalli (1881-1963), italiano de origem camponesa, foi escolhido papa João XXIII. Ela diz que soube da “fumaça branca” pela camareira do hotel, que exclamou, alegre: “Professora, enfim um papa verdadeiramente cristão!”.
Essa sensação me vem sempre que vejo, ouço ou leio Jorge Mario Bergoglio, o papa Francisco. Agora, em entrevista ao vivo para a RAI (rádio/tv estatal italiana), ele revelou de novo sua face de ser humaníssimo. Eu me identifico muito com esse Francisco, e você? A fé cristã que ele professa é plena de leveza, amor ao próximo e grandeza. Vejam o que ele disse:
– “A Europa precisa acolher os imigrantes. Não podemos aceitar que o Mediterrâneo seja o cemitério de tantos irmãos nossos!”
– “A fabricação de armas e as guerras são uma maldição”
– “Não moro no apartamento papal por que não sou santo, como meus antecessores. Preciso das pessoas, por isso moro com outros”
– “Tenho amigos que me conhecem e me ajudam. Mas amigos mesmo, verdadeiros, são poucos…”- “Gosto muito de música, principalmente música clássica. Gosto de tango e já dancei bastante, na juventude. Portenho que não gosta de tango não é portenho”
– “A rigidez ideológica dos conservadores não é boa para a igreja”
– “jogar plástico nas águas – rios e mares – é um crime. Lembro daquela música de Roberto Carlos (na verdade é de Joan Manuel Serrat, compositor e cantor espanhol) onde um filho pergunta ao pai por que o rio não canta mais, e o pai responde, sombrio: porque não há mais rio…”
– “Bom humor faz bem ao espírito”
Longa vida ao papa Francisco! E que a Cúria Romana – que ele já disse sofrer de “Alzheimer espiritual” – não o engesse, abafe, aprisione.