RACISMO E MISOGINIA SEGUEM MATANDO. ATÉ QUANDO?

Agora foi Durval Teófilo Filho, de 38 anos, em São Gonçalo (RJ). Ele voltava apressado do trabalho para ainda encontrar sua filhinha acordada. Um vizinho, sargento da Marinha, assustou-se – “achei que era um assaltante” – e fez três disparos, o primeiro de dentro do seu carro, contra Durval. “Legítima defesa”, argumenta. O militar tinha porte de arma e esse crime põe em xeque o preparo que a corporação dá a quem o tem.

“Ele morreu porque era preto. É fácil atirar em um preto mexendo na mochila (Durval pegava a chave do portão do condomínio). É preto, logo é suspeito. Se fosse um branco, nunca aconteceria isso” – diz, desconsolada, a viúva Luziane, que não sabe como contar a tragédia para a filha, apegadíssima ao bom pai, trabalhador querido por todos que o conheciam.

Agora foi também em Glória do Goitá, a 62 km de Recife (PE). Jailma Muniz, de 19 anos, e Kauany Marques, de 18, ambas Silva, foram violentadas e mortas, chocando toda a pequena cidade. Eram meninas graciosas, cheias alegria de viver e… de famílias humildes, vulneráveis. Pagaram por isso. O suposto assassino – a polícia considera que o autor dos crimes hediondos é a mesma pessoa – está foragido.

É bem possível que nesse fim de semana outras atrocidades derivadas de racismo, misoginia ou homofobia aconteçam nesse país, que está naturalizando a barbárie, expandindo o armamentismo e a “cultura miliciana” da raiva e da truculência.

Costumeiramente, quem mata não manifesta sequer arrependimento… E os familiares das vítimas ainda são ameaçados, como é bem o caso de Moïse Kabagembe.

Por ele, por elas, por Durval e por tantas vítimas de crimes de ódio estaremos neste sábado, às 10h, no Posto 8 da Barra da Tijuca (em SP, no mesmo horário, no vão do MASP). Opondo os valores da vida à cultura do horror, do desprezo pelo outro, do preconceito. Por um tempo de mais justiça e delicadeza.

#justiçaparamoise

#Parem_de_nos_matar

Foto do acervo da família

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