Sérgio Moro, ex-juiz e ex-ministro de quem favoreceu como juiz, prometeu explicar hoje, afinal, quanto recebeu da Alvarez & Marsal, poderoso Escritório que fez a recuperação judicial de empresas processadas por ele.
O TCU apura conflito de interesses, o que parece evidente: um juiz condena executivos e homologa acordos de leniência das suas empresas; depois faz consultoria altamente remunerada para essas mesmas empresas… É o clássico método de “criar dificuldades para obter facilidades”.
A Alvarez e Marsal diz que recebeu, por esses serviços, nada menos que R$ 65 milhões de empresas como Odebrecht, OAS, BVA e Galvão Engenharia. Há quem afirme que foi dez vezes mais (R$ 750 milhões). Quanto de honorários o ex-juiz recebeu? Por que o “arauto da moralidade” demora tanto para explicar?
Também hoje Bolsonaro tem que depor, presencialmente, na PF, para instruir o inquérito que investiga vazamento de informações sigilosas da própia PF, que ele teima em controlar, para tê-la como “sua polícia”.
Bolsonaro está obrigado “sob vara” a comparecer às 14 h à PF, por decisão do ministro Moraes, do STF: “empurrava com a barriga”o seu depoimento há meses. A Advocacia-Geral da União, ao invés de marcá-lo, como deveria, preferiu pedir dispensa. O que Bolsonaro tanto teme?
Hoje saberemos, mais uma vez, o grau de compromisso desses dois ex-aliados (“Moro e Bolsonaro são uma coisa só”, disse a esposa do então ministro) com a “verdade” que eles tanto invocam…