O governo da morte está fazendo com a vacinação infantil, em curso no mundo e autorizada pela Anvisa desde 15/12, o mesmo que fez com a imunização dos adultos: negando, protelando, enrolando. Criminosamente! Já morreram 14 crianças de Covid desde dezembro do ano passado.
Ontem foi o espetáculo da “audiência pública”, supostamente democrática. Um show ruinzinho com médicos negacionistas convidados. Menos mal que eles ficaram constrangidos de cara, com os resultados da também estranha “consulta pública” que o Ministério da Saúde fez. Mesmo com pouca participação (o MS anunciou 24 mil respostas na véspera e 100 mil ao final), o resultado foi contrário ao que o governo pretendia: maioria favorável à vacinação infantil e sem prescrição médica – o que a tornaria medicamento privilegiado, só para a classe média e os ricos.
O ministro Queiroga, capacho de Bolsonaro, sucessor à altura (rebaixada) de Pazuello, acabou por dizer que “tudo é espuma”, que “vacinação não tem nada a ver com volta às aulas”, e ironizou: “a pressa é inimiga da perfeição”, amarrando-se nas suas próprias contradições. Vergonhoso!
O luto de 620 mil famílias clama aos céus. E as lágrimas derramadas escorrem pela terra, para fecundar, na dor, as sementes de uma mudança profunda no Brasil, para afastar do poder público os inimigos da razão, da ciência, da verdade, do bom senso, do cuidado com os outros, com o ambiente, com a vida.