MULHERES BENDITAS (Breve reflexão para cristãos ou não)

Nesse domingo que antecede o Natal celebram-se, em milhares de comunidades cristãs do mundo, o protagonismo, a presença e a luz das mulheres na caminhada da Humanidade (Lc 1, 39-41).

Maria, a jovenzinha grávida do Menino Jesus, e sua prima Isabel, a senhora grávida do Precursor, João (que quer dizer “Deus é piedoso”), representam a possibilidade do ser humano dar certo, constituir uma comunidade de vida e partilha.

O encontro das duas – como todo encontro efetivo – exige movimento, sair em busca, elevar-se: “naqueles dias, Maria partiu às pressas para a região montanhosa da Judéia”.

É um encontro – como todo encontro autêntico – entre duas pessoas diferentes, com histórias distintas, mas unidas pela fé na vida, na percepção do outro/a e do que virá. Mulheres cheias do Espírito, vocacionadas à grandeza numa sociedade patriarcal, que as desprezava.

É um encontro onde Deus – que é Amor – se manifesta (como em todo encontro marcado pela franqueza e ternura). E num local improvável aos olhos dos poderes da época: uma minúscula aldeia nas montanhas da Judéia, sob o domínio do Império Romano.

Maria e Isabel fazem a Anunciação com grande júbilo e inspiração divina: a vida não é esse tédio, esse desencanto, essa mesmice, mera repetição de continuada opressão. É uma dádiva, uma bem-aventurança onde “Aquele que faz novas todas as coisas” sempre vem!

Isabel e Maria, secundadas por Zacarias e José, constituem parcerias pobres, sem expressão social, mas disponíveis para o essencial: abertura à força transformadora de um Deus (feminino, masculino, plural) desejoso de “habitar entre nós” e trilhar, conosco, o caminho da fraternidade e da justiça, sem as quais não se encontra a Paz. Na contramão de toda dominação!

Benditas mulheres, dom, magia, forças que nos alertam! Que nos ensinam que “é preciso ter raça, garra, manha, graça, sonho sempre”! (Maria Maria, de Nascimento e Brant).

OBS: nesse domingo, 19/12, 19 h, papo com Leonardo Boff sobre “o que teima em nascer no tempo da morte”. No nosso face e youtube.

imagem: A visitação (site “Ave Luz”)

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