Poucos sabem, mas o Tribunal de Contas está julgando, em sigilo, os gastos do cartão corporativo de Bolsonaro.
Todo presidente da República tem casa (palácios), comida, roupa lavada, internet e transporte – para qualquer lugar do Brasil e do mundo – gratuitos (fora a remuneração mensal de R$ 30,9 mil brutos). Mas pode também, pelo tal cartão corporativo, gastar além, no que mais quiser (!). O termo anda esquecido, mas trata-se de uma “mordomia”.
Pois Bolsonaro, nesses quase três anos (intermináveis) como chefe do Executivo, gastou em média de R$ 1,3 a 1,6 milhão por mês (!!) com despesas nesse cartão – que é pago com o seu, o meu, o nosso dinheiro.
O mínimo que se exige é transparência. Mas esse dispêndio é secreto, “por razões de segurança” (!!!). A análise no TCU também corre em segredo. O relator, ministro Raimundo Carreiro, está indicado por Bolsonaro para a embaixada do Brasil em Portugal, sonho dourado de nove entre 10 aspirantes à suave vida diplomática.
O deputado Elias Vaz (PSB-GO) arguiu a suspeição de Carreiro, pelos seus vínculos com o presidente, mas essa justa medida não deve prosperar.
Gabeira escreveu em sua coluna de hoje, n´O Globo: “sou das poucas pessoas que gostariam de saber como Bolsonaro gasta tanto dinheiro. E se isso é legal e razoável”. Não creio, companheiro. Quantas mais pessoas forem informadas da existência desse cartão e do montante consumido pelo Mi(n)to “incorruptível, honesto, de hábitos simples, que acabou com as mamatas”, tantas mais se interessarão por saber o que está sendo comprado – por ele e seus familiares – com dinheiro público.
Você que aqui lê, por exemplo. COMPARTILHE ESSA INFORMAÇÃO! Alô, TCU, estamos de olho! Transparência total (como, aliás, determinou o STF) e austeridade no cartão corporativo já! Até que essa hiper mamata acabe!
Imagem: Duke e sua arte que desmascara duques, barões e outros aristocratas contemporâneos.