É Lei da História: quando não há mobilização da população organizada, com pautas claras, o sistema dominante se fortalece.
Esse ano marcou a retomada de grandes passeatas pelo #ImpeachmentBolsonaroJá, por #VacinaParaTodos e #NegacionismoNÃO. Foram movimentos lindos e crescentes, coordenados pelas Frentes Povo sem Medo e Brasil Popular, centrais sindicais e vários partidos políticos. Apesar da pandemia, ocorreram encontros democráticos de causas e sonhos de justiça, com os cuidados necessários.
A proximidade do ano eleitoral arrefeceu a mobilização e ampliou o “narcisismo das pequenas diferenças”. Uma lástima, um retrocesso. Desmobilizar é recuar, é perder.
O resultado está aí: o (des)governo Bolsonaro tem conquistado vitórias, que são derrotas para a sociedade. Na sua feição (fake) mais contida, o “mi(n)to” conseguiu aprovar a PEC dos Precatórios, que vai lhe dar R$ 106 milhões para gastos eleitoreiros em 2022. Emplacou no STF seu ministro “terrivelmente evangélico”, que será o relator de vários processos de interesse do seu ex-chefe e do ultraconservadorismo. Uma maioria no Congresso também reforçou o sistema do poder da grana e do embuste, aprovando “maquiagem” no escandaloso Orçamento Secreto (compra de votos), que dará para parlamentares, que poderão continuar ocultos, quase R$ 17 bi no ano eleitoral.
Enquanto isso, o IBGE informa que o país afunda na recessão técnica (retração de 0,1% do PIB no terceiro trimestre, com recuo de 9,8% na exportação, 8% a menos na agropecuária e estagnação na indústria!), na crise social (19 milhões na fome, 13,5 milhões no desemprego, inflação anual de no mínimo 10%!) e na devastação ambiental (desmatamento consumiu 1/3 da Amazônia e danos em todos os nossos biomas).
Paulo Guedes, o Posto Ipiranga desabastecido, diante desses dados alarmantes, debocha: “isso de que o Brasil não vai crescer nesse ano e no seguinte é conversa de maluco”. Sapateia à beira do vulcão, bate bumbo pra bolsocrente dançar!
É preciso resistir, persistir, não desistir!