Maria e José à espera do Menino. O boi, o burro, o feno. Os magos, mais que reis. Em milhares de templos e praças do mundo, nesse período que antecede o Natal é montado o presépio – criação de Francisco de Assis, lá no século XII. Um bela tradição popular.
Há 9 anos, no bairro da Glória, centro do Rio, ERA instalado um presépio muito bonito, esculpido por Wanderson Guedes, pároco da igreja do Sagrado Coração de Jesus, ali mesmo. Era…
O presépio da Glória era objeto de muita admiração, de muita visitação pública (até de turistas) e de… depredação, por falta mínima de proteção por parte das autoridades.
O presépio incomodava: chamava a atenção para problemas sociais, existentes no tempo de Jesus (que nasceu numa família sem terra e teto) e agora. Cada ano, tinha um tema inspirador: corrupção, racismo, desmatamento, injustiça.
O presépio – da Glória, nosso – será instalado esta semana em… Caeté, cidade histórica onde padre Wanderson nasceu, na região metropolitana de Belo Horizonte. Com total apoio da prefeitura (inclusive a de BH), do governo do estado, das autoridades religiosas e culturais.
Uma perda enorme e vergonhosa para o Rio, no mínimo por OMISSÃO de quem devia zelar por nossos bens culturais e religiosos. Padre Wanderson lamenta: “Será que o Rio não gosta de celebrar o Natal? Nunca houve apoio pleno ao presépio, apesar de sua enorme visibilidade. Cabos de energia e peças eram roubados, e ninguém se importava. Só eu ou outras pessoas simples apelando por cuidado não resolveu. É preciso mudar essa realidade!”.
Perdemos. Mas vamos lutar para que o presépio da Glória volte, ano que vem!