Deu pane no aplicativo das prévias tucanas. A pane é no PSDB, com os ataques entre os pré presidenciais: é “compra de votos” pra cá e “quer melar” pra lá. Uma disputa entre os que, nas pesquisas, ficam entre 3 e 4% das intenções de voto. “Em casa onde falta pão, todos gritam e ninguém tem razão” – ensina o dito popular.
Mas a mídia grande e setores do empresariado insistem em forjar uma candidatura que se oponha aos “extremos”. Que “extremos”?!? Lula proclama moderação, busca o “centro” (existe isso na política brasileira? Melhor chamar de direita moderada, liberal). Lula praticou: seu governo, reconhecem todos – inclusive os críticos – foi de “reformismo fraco”, de composição com setores conservadores.
Problemas houve (e eles foram sérios, e é preciso sempre fazer o balanço crítico de qualquer gestão), mas também houve sensibilidade social e políticas públicas para setores marginalizados. Hoje andamos carentes do básico: comida no prato, emprego e… civilidade! “Tudo demorando em ser tão ruim” (Caetano e Gil).
Bolsonaro é o extremo, a extrema-direita assumida. Não reage nem quando um seguidor refere-se a Hitler como bom exemplo, pois acha isso mesmo. Está destruindo o Meio Ambiente, a Cultura, a Educação, minimiza a tragédia da Covid com um negacionismo criminoso. A economia em frangalhos, com a inflação galopante. Compôs com o Centrão corrupto e fisiológico, como quase todos fazem. É a Era da Irracionalidade Política, que Moro (outro que é “levantado” como “3ª via”) viabilizou e apoiou.
A crise tucana é reveladora da debilidade dessa “alternativa” artificial. Nossa democracia está ameaçada, como em muitos países. A extrema-direita neofascista e ultraconservadora tem captado o sentimento antissistema, como demonstra o avanço do pinochetismo no Chile. Uma espécie paradoxal de “utopia distópica”, regressista.
É preciso estar atento e forte. Só uma unidade programática e mudancista, que sensibilize todos os que têm sincero apreço pela democracia – que não existe sem participação popular – poderá abrir caminhos amplos e generosos para um Brasil menos desigual, mais justo e fraterno. “Quanto mais escura a noite, mais carrega em si a madrugada” (D. Helder Câmara). Amanhecer é preciso!