Somos os nativos originários, dizimados ou expulsos de suas terras.
Somos os europeus da conquista a ferro e fogo, com pobres e degradados compondo a maioria das caravelas. Somos os africanos, de diferentes povos, escravizados, que abriram estradas, ergueram fazendas, construíram – recebendo “pau, pano e pão” – a Nação! Nação plural, de um povo feito de povos desfeitos.
“E o povo negro entendeu/ que o grande vencedor/ se ergue além da dor:/tudo chegou sobrevivente num navio/ quem descobriu o Brasil foi o negro/ que viu a crueldade bem de frente/ e ainda produziu milagres de fé no extremo Ocidente!!”, cantou Caetano Veloso em “Milagres do Povo”,
É preciso reconhecer e assumir nossa africanidade em forma de palavra e corpo em luta contra o racismo estrutural, contra toda forma de preconceito. Não há propriamente “raças” – só a raça humana – mas há racismo, que soma exploração econômica com origem, cor de pele, cultura. Racismo nas relações de trabalho, racismo religioso e étnico. Seus representantes estão no poder federal do Brasil de hoje!
Neste sábado, há uma intensa programação de místicas e atos em todo o país. No Rio, alguns deles:
10h, em frente à Câmara de Niterói, repúdio a Sérgio Camargo, racista que ainda dirige a Fundação Palmares, que afunda.
10h, em Vaz Lobo, Paróquia Cristo Rei, Missa da Consciência Negra
13h, viaduto Negrão de Lima, Madureira, Caminhada da Periferia, Movimento Negro Brasileiro – MNB e ForaBolsonaro
14 às 22h – Realengo, Festival “Quilombo Verde”, Parquinho 100% verde
18h – Glória, Paróquia do Sagrado Coração de Jesus, Missa pela Cojnsciência Negra e Libertação dos Povos
(Se souber de outras manifestações, em sua cidade, de qualquer estado, coloque aqui também!)
“E o coração, que é soberano e que é senhor/ não cabe na escravidão/ não cabe no seu não! (…) Xangô manda chamar/ Obatalá guia/ Mamãe Oxum chora, lágrimalegria” (C.V.)