República é governo do povo, para o povo, com o povo. No Brasil tem? Taí uma boa pergunta para este dia de feriado nacional.
Temos quatro séculos de latifúndio, monocultura, dependência externa e escravização oficial. Somos um povo feito de povos desfeitos, inclusive os nativos da terra que, a partir da conquista portuguesa, passou a se chamar Brasil.
A Proclamação da República, no dia 15/11/1989, foi, na verdade, a destituição do gabinete do Visconde de Ouro Preto (o regime era parlamentar, ou “pra lamentar”…) por um regimento comandado pelo Marechal Deodoro – amigo pessoal do Imperador. Era preciso se antecipar aos “republicanos revolucionários” (também chamados de “idealistas”), para que se mudasse o regime sem mudar a sociedade…
“O povo assistiu bestializado a Proclamação da República”, comentou Aristides Lobo, que tornou-se ministro do governo provisório de Deodoro. As oligarquias continuaram dominando a situação.
E o povo, onde está nessa República que mais parece uma marcha a ré pública? Participa das decisões políticas? É educado para a cidadania? Tem apreço pela democracia, por vê-la melhorando suas condições concretas de vida? O voto bienal, duramente conquistado, tem ajudado a superar tanta desigualdade, tanto mal?
Nesse 132º aniversário da Proclamação, em especial, vemos desatinos por todo lado: na economia, no cuidado ambiental, na saúde pública, na transparência com o dinheiro público, na educação (vide as mutretas criminosas no Enem), na cultura, na política (manipulações da Lira desafinada na Câmara, xingamentos entre os “sócios” Bolsonaro e Costa Neto, fedor do intestino grosso da pequena política).
Em suma: é preciso reproclamar a República no Brasil. Façamos a nossa parte! Em casa, na vizinhança, no trabalho, no local de estudo, na igreja, SEJAMOS REPUBLICANOS (praticantes da igualdade, da ética e da fraternidade) PRA VALER!
Proclamação da República, no Campo de Santana (Rio – transitando de Município Neutro da Corte para Distrito Federal)