Ontem a Associação de Moradores de S. Teresa (AMAST) promoveu, por zoom, uma conversa com a tenente Dandara, que coordena o projeto Bairro Seguro em Santa Teresa (centro do Rio). Apesar de virtual, foi um diálogo proveitoso e muito concorrido. Faremos em breve, quando as condições sanitárias permitirem, uma reunião presencial.
Do encontro vieram alguns esclarecimentos:
1) O Bairro Seguro não tem “patrono” nenhum. Um deputado de extrema-direita, amigo do atual governador, quis pegar carona, mas nem sua concepção de segurança se coaduna com a do projeto;
2) a ideia de polícia de proximidade pressupõe uma relação franca e direta da população com os agentes, para garantir eficiência e coibir abusos;
3) o patrullhamento móvel, presente em pontos já identificados de frequentes assaltos, é o mais eficaz; serão evitados ao máximo os confrontos armados;
4) há crescente compreensão de que S. Teresa NÃO É “um bairro que dá acesso a 15 comunidades faveladas”, como alguns ainda pensam. Essas áreas pobres e mal assistidas pelo Poder Público fazem parte do bairro e que quem ali vive é morador de S. Teresa; sabe-se que entrar em qualquer lugar atirando é provocar mortes e esse não é objetivo do “Bairro Seguro”.
Percebi – essa é uma avaliação pessoal – que o “Bairro Seguro” é pontual, localizado (é de sua natureza) mas não tem, ainda, articulação com as políticas de Segurança mais gerais, como a do controle do próspero contrabando de armas e munições, que pressupõe inteligência investigativa, a do desarmamento e a da implementação de programas sociais e culturais nas regiões mais necessitadas.
Também ontem nosso mandato foi procurado por lideranças da Guarda Municipal, que relatou muitas injustiças na corporação, sua precariedade em infra-estrutura, e o desestímulo e desânimo que atinge a maioria dos quase 7 mil servidores da autarquia. Esses líderes querem a GM humanizada e não militarizada, bem equipada e não desvalorizada. Vamos apurar, vamos cobrar!
PS: “Quem quer ser universal, que cante sua aldeia!” (Fernando Pessoa)
Amir Haddad, diretor de teatro: “De Santa Teresa eu não saio nem morto! Ôpa, morto saio, mas a contragosto!”