Lewis Manuel Olivero, 38 anos, foi executado numa rua da Tijuca (Zona Norte do Rio), há 10 dias. Ele era da República Dominicana, naturalizado norte-americano (onde seus pais vivem) e apaixonou-se pelo Brasil e sua gente. Morava no Rio desde 2011. Sophia, sua filha brasileira de 10 anos, está órfã. Sua mulher, viúva, seus amigos desconsolados.
“Meu amigo, meu cunhado, meu irmão: sempre lembraremos de você assim, sorrindo, sempre alegre, sempre positivo, sempre incentivando a todos” – escreveu um parente.
Lu, como gostava de ser chamado, tinha 11 livros publicados. Era aficcionado pela capoeira e pelo “calor das ruas”, o grafite, as artes murais. Uma de suas obras, “Memória Viva”, lançado ano passado, trata das pinturas do rosto de nossa Marielle em muitos pontos da cidade, como reação e denúncia da atrocidade que a vitimou.
Agora, tragicamente, a indagação que continuamos fazendo sobre o crime hediondo que nos tirou Marielle Franco e Anderson Gomes se repete: quem matou e mandou matar Lu Oliveiro? Nenhum assassinato se justifica, nenhum crime de morte pode ficar impune.
Uma coisa é certa: o armamentismo e o ódio oficiais estimulam essa barbárie.