Imagino que meus avós participaram, de alguma maneira (moravam no interior de SP e em Teresina, Piauí), da recepção calorosa aos pracinhas da Força Expedicionária Brasileira (FEB) que lutaram contra o nazifascismo nos campos da Itália, em 1945.
Suponho que meus pais se engajaram na campanha “O Petróleo é nosso”, no início dos anos 50. Desconfio que alguns parentes e “padrinhos” estiveram no comício da Central, em março de 1964, pelas Reformas de Base. Outros, lamento, naquelas “Marchas da Família” que deram respaldo civil ao golpe de 1º de Abril…
Sei que em 1966, ainda menor de idade, fui preso por participar, junto com o grêmio do Colégio Pedro II (S. Cristóvão), de uma passeata contra a ditadura. Em 1968, já com os colegas do grêmio do Cap/UERJ, estava na Passeata dos Cem Mil.
Parte da minha geração andou com a História na mão, ao ver “a fome em grandes plantações”: “marchando, nas ruas, em indecisos cordões” (Caminhando e cantando com Vandré). Fazendo as praças ecoarem nos palácios do poder, pela Anistia, pela Constituinte, pelas Diretas Já.
Ontem e hoje, por arroz, feijão, saúde e educação. Nas caminhadas contra a intolerância religiosa, contra o racismo, pelos direitos LGBTQ+. Contra as guerras imperialistas, pelas causas ambientais, pela Paz.
Nossa história pessoal, em muitos momentos de nossas vidas, tem fortes elos – carnais, presenciais – com a História do Brasil e até do mundo. E, quase sempre, é bom poder dizer: “Meninos e meninas, eu vi. Estava lá!”.
Sábado que vem, 2 de outubro, é uma dessas datas de confluência.Dia de clamar, no Brasil inteiro, por dignidade, democracia, ciência, saúde, educação, alimentação, trabalho. Pelo futuro das novas gerações. Dia de gritar, em voz coletiva de milhares, #ForaBolsonaro e todo o atraso medieval a que estamos submetidos. Pela vida, contra as forças imperantes da morte!
Faça a sua parte. Vá, mobilize parentes, amigos(as) e colegas de trabalho ou vizinhança!
Com Paulo Betti, ator, que já confirmou presença sábado, da Candelária, 10h, à Cinelândia, 12h!