PEDAGOGIA DO SERVIÇO E DA ESPERANÇA (Breve reflexão para cristãos ou não)

Neste domingo, nas celebrações católicas e de outras igrejas pelo mundo, é comunicada uma Palavra definidora (Marcos, 9, 30-37), válida como sentido de vida para todas as pessoas de boa vontade.

Trata-se de um ensinamento de Jesus. Ele começa indagando aos seus discípulos: “o que vocês discutiam no caminho?” (o bom educador sempre parte do campo de interesse dos “alunos”).

Fez-se um silêncio constrangedor, pois os parceiros de Jesus de Nazaré ficaram sem graça de dizer que debatiam sobre qual deles era “o maior”. Estavam dominados pela vaidade, pelo ego, pela competição (contravalores daquela época e de agora).

Veio a lição perene: “quem quer ser o primeiro seja o último, aquele que serve a todos”. Colocar-se disponível é abrir-se aos outros, rompendo as correntes do individualismo. Servir não é servilismo nem submissão, é praticar a gentileza e a doação de si.

Veio o exemplo: Jesus trouxe uma criança para a “roda de conversa” e a abraçou com ternura: “quem acolher uma dessas crianças está acolhendo a mim, e nem propriamente a mim, mas àquele que me enviou”. Jesus opõe uma criança, na sua simplicidade e fragilidade, aos desejos de poder, riqueza e prestígio tão comuns, ontem e hoje.

Jesus estava mais para os guris que para os gurus… Radicaliza: receber os pequeninos é ir ao encontro de Deus. Ficou com “a pureza da resposta das crianças: é a vida, é bonita e é bonita…” (Gonzaguinha).

Por coincidência (abençoada!), foi num 19 de setembro que o professor Paulo Freire veio ao mundo, há exatos 100 anos. Ele, que também se colocava como discípulo de Cristo, soube viver essa dimensão do serviço na sua prática de vida: “é isso que me move como educador: um enorme sentimento de amor”. Paulo inventou o verbo “esperançar”, que só pode ser conjugado por quem compreende os mecanismos da injustiça e da opressão e contribui, solidariamente, para superá-los: “ninguém liberta ninguém: as pessoas se libertam em comunhão”.

Paulo e todo/as o/as que gastam sua vida no serviço e no bem continuam entre nós. E vão além. (C.A.)

Caminhemos na senda grandiosa e florida dos miúdos!

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