Não foi a CPI, nem o STF, muito menos a oposição, de branco, vermelho ou multicolorida. Foi um grupo de juristas reconhecidos, alguns de viés conservador, coordenado pelo ex-ministro Miguel Reale Jr, que enviou à CPI um parecer bem completo sobre a postura de Jair Bolsonaro no “enfrentamento” à devastadora Covid 19.
No documento, de cinco capítulos, os juristas listam ao menos sete crimes cometidos pelo ainda presidente desde que a pandemia – que avança para nos tirar 600 mil vidas! – começou.
São eles, “por atos normativos, de governo e conduta pessoal”:
– desrespeito ao direito à vida e à saúde (crime contra a humanidade);
– palavras e atos contrários às determinações do próprio Ministério da Saúde (infração de medidas sanitárias preventivas) ;
– orientação de uso e compra, com recursos públicos, de remédios sem eficácia comprovada e gerador de graves efeitos colaterais, além de propaganda enganosa (charlatanismo);
– postergação da compra de vacinas e menosprezo à necessidade de imunização (crime de responsabilidade);
-Ridicularização de doentes em crise respiratória e, com viés homofóbico, daqueles que buscam tratamento (injúria);
-Estímulo a seguidores para invadirem hospitais a fim de comprovarem o número de internos e uso de documento falso para minimizar as mortes (incitação ao crime).;
-Não cumprimento de suas obrigações mais elementares como chefe de estado, abusando do exercício do cargo (prevaricação).
Enquanto isso, Bolsonaro continua debochando (“fake news faz parte da vida; quem nunca contou uma mentirinha para a namorada?”) e sendo debochado (foi piada pronta, apesar de tanta afronta, no jantar dos endinheirados – que o impulsionaram e sustentam, no isolamento, mas gargalham do “bobo da corte” do momento).
Na vida real, é o que se vê e sente: desalento, desemprego, inflação, economia estagnada, devastação ambiental, desgoverno, corrupção.
Anote aí: dia 2/10, sábado, diremos um sonoro NÃO a tanto descalabro e opressão.