A FALA APEQUENADA DE UM INDIGNO

É costume, em todos os 195 países do mundo, os chefes de Estado ou de Governo fazerem pronunciamentos nas suas datas nacionais. Além de exaltar a formação da Nação, abordam os problemas e as soluções encaminhadas.

Também nesse aspecto elementar o Tosco que ocupa a presidência do Brasil foi na contramão. Conseguiu ser mais tacanho que os generais da ditadura que tanto admira. Demonstrou, em Brasília e na Paulista, sua visão doentia, autocentrada, belicosa e rebaixada da Pátria. É um expatriado mental.

Como sabemos e sentimos, padecemos da maior crise sanitária da nossa História, com mais de 584 mil famílias enlutadas. Milhões de remédios perderam a validade nos galpões do Ministério da Saúde, e serão incinerados. A economia está em crise, com o PIB lá embaixo, a inflação galopante e o persistente desemprego. A fome açoita 19 milhões de pessoas. Há devastação ambiental e escassez hídrica. Tem a corrupção do fisiologismo do Centrão, a “propinavac” e os esquemas espúrios da “familícia”, sob investigação. Faltam recursos para a Educação, Ciência e Pesquisa.

Pois Sua Excrecência, no feriado nacional, não falou absolutamente nada sobre essas gravíssimas questões. Só conseguiu se autoelogiar e vociferar com um “inimigo” – o STF, e, em especial, o ministro Moraes. Precisa personificar um algoz para “eletrizar” sua massa de adoradores. Destilou ódio para esconder sua incompetência. Falou em liberdade e Constituição para pregar golpe e descumprimento da Carta Magna. Xingou para dar curso às suas pretensões autocráticas.

A multidão que reuniu é “bolsocrente”. Pesquisa na Av. Paulista informa que quase todos consideram o STF e a esquerda como os “maiores inimigos” e rejeita medidas protetivas contra a covid (daí quase ninguém usar máscara). 61% eram homens e brancos, 43% têm renda familiar acima de cinco salários mínimos. Sua ética é torta e seletiva: cultuaram o já condenado e novamente preso Roberto Jefferson. Em Copacabana, tietaram o reaparecido Queiroz, o das relações milicianas e das “rachadinhas”.

Havia muita gente, sim. Mas é bom lembrar que nem sempre time que enche estádio tem a maior torcida. Além disso, a “mobilização” do “protesto a favor” (?!?) teve fortes aporte$, de criminoso uso da máquina pública a caminhões zerinhos, que pareciam saídos de concessionárias.

Bolsonaro antevê derrota eleitoral e por isso vai ao limite. Disse inclusive que “não participaria de uma farsa, como essa patrocinada pelo ainda presidente do TSE”, atacando Roberto Barroso. Seu sucessor no Tribunal Eleitoral será… Alexandre de Moraes. Tá explicado ou é preciso desenhar?

Celso de Mello, ex-presidente do STF, definiu com precisão: “os discursos revelam a triste figura – e a distorcida mente autocrática – de um político medíocre e sem noção dos limites éticos e constitucionais que devem pautar a conduta de um verdadeiro Chefe de Estado. Bolsonaro não está à altura do cargo que ocupa”.

É muito crime de responsabilidade para um indivíduo só. Por isso tem a cumplicidade de ministros patéticos e parlamentares omissos. Todos caminhantes fantasmagóricos para o abismo. O Brasil não merece tanta injúria. #ForaBolsonaro

Foto: Aroeira – no site Metrópoles

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