TREVAS. Esse 7 de setembro é um ensaio para a extrema direita. Em Brasília, potentes e estridentes caminhões (alguns recém saídos, reluzentes, de concessionárias!) já ultrapassaram a benevolente “barreira” policial e invadiram a Esplanada dos Ministérios. As ameaças berradas são de “fechamento do STF e do Congresso”, caça aos “comunistas” e intervenção militar. Parada medieval e neofascista. Vergonhosa.
Tudo com o aval e estímulo do chefe – o “Duce”, o “Fuhrer”, o venerado Mi(n)to – que manda e desmanda, capitaneando o pior desgoverno da nossa História.
A horda fanatizada – que hoje enche praças mas não é maioria (somos 70%) nem ganha eleição – não tem empatia. O espírito é de milícia e não de solidariedade. Destilam ódio.
É a massa do”nem aí” para as 584 mil famílias enlutadas, para os milhões de remédios estocados que serão incinerados (validade vencida), para os preços escorchantes dos alimentos e do combustível, para os 15 milhões de desempregados, para a devastação ambiental e a crise hídrica.
A grita pelo já derrotado “voto impresso” é biombo que mal esconde a recusa futura em aceitar o resultado das urnas. Essas “pautas” toscas, negacionistas da realidade, não têm lastro e substância. Não durarão.
LUZ. Nesse Dia da Pátria aviltada, da contraindependência, do culto à morte, haverá também sinais de vida, alguma luz na escuridão. O Grito dos Excluídos, em mais de 120 cidades, bem longe dos (desac)atos obscurantistas, clamará pelo Brasil que a gente quer, igualitário, justo, fraterno, soberano. Que respeita direitos e diz NÃO a quem quer rasgar a Constituição.
Pequeno prenúncio de manifestações imensas que virão, em breve, juntando tod@s que têm apreço pela nossa ainda frágil democracia, que custou luta e lágrimas de gerações – “amigos presos, sumidos assim pra nunca mais”…
Ao ver as cenas dos “patriotas” ensandecidos, defensores da “liberdade” (de matar quem lhes incomoda), do arbítrio e da truculência, e sabendo da nossa resistência, lembrei dos versos de Cecília Meireles, no magistral “Romanceiro da Inconfidência”:”Pelos caminhos do mundo, nenhum destino se perde: há os grandes sonhos dos homens e a surda força dos vermes”.
Brava gente brasileira, nossa pátria diversa e plural, raiz: hoje também começa, em Brasília, a Marcha das Mulheres Indígenas, por terra, cultura, VIDA!