SABER OUVIR PARA SABER FALAR(Breve reflexão para crentes ou não)

Nesse domingo, em milhares de comunidades cristãs, a leitura do Evangelho de Marcos (7, 31-37) é reveladora da pedagogia libertadora de Jesus de Nazaré. Ele devolve a um surdo, que mal falava, o dom da audição e da boa palavra.

Não por um passe de mágica, mas no recolhimento (afasta-se da multidão) e com seus dedos molhados da própria saliva. Buscando a energia cósmica do Todo Poderoso Amor. Por isso suspira, aspira, respira, se inspira e pede: ´”Efatá”, isto é, “Abra-se”.

Aqui, mais uma vez, revela-se um Jesus humaníssimo, Verbo encarnado que, solidário, devolve a escuta e o verbo a quem sofria. Que maravilhoso dom esse da ajudar o outro a se abrir!

O “milagre” não tem importância, tanto que há a recomendação insistente para que ninguém fizesse alarde. O que importa é o sinal, que nos cutuca até hoje: estamos ouvindo o que os outros, sobretudo os desvalidos, os “condenados da Terra”, dizem, clamam? Ou permanecemos na surdez da nossa acomodação, do nosso egoísmo, com ouvidos para ouvir só o que nos agrada, satisfaz o ego, alimenta o orgulho?

Somos tod@s convidados a frequentar a Casa da Palavra, onde o silêncio faz morada. É na reflexão que se gesta a fala transformadora, o diálogo que nos coloca em sintonia fraterna com nossos semelhantes.

Nunca os meios de comunicação foram tão desenvolvidos. Mas também jamais houve tanta solidão, desencanto, perda do sentido da vida, fechamento para a angústia e necessidade alheia. Estamos nos empenhando para dizer a boa palavra, que não é estridente, jogada ao vento, e sim som suave de sabedoria, serenidade, equidade?

Abramos nossos ouvidos. E, orientados pela escuta, pronunciemos a palavra cantante da alegria, a palavra profética da Justiça.

Pedro Casaldáliga no Santuário dos Mártires: “nada matar, nada calar”

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São Pedro e São Paulo - El Greco (1541-1614) A conversão de Paulo - Caravaggio (1571-1610)

PEDRO, PAULO E NÓS

Neste domingo celebra-se a festa de São Pedro e São Paulo, apóstolos pilares do cristianismo.
Pedro e Paulo, tão diferentes. Pedro, rude e franco pescador. Paulo, estudioso escudeiro da lei judaica.
Pedro e Paulo, tão iguais: um nega Cristo três vezes, outro persegue centenas de cristãos.

Cristo na tempestade no Mar da Galiléia (por Rembrandt van Rijn)

SERENIDADE NA TORMENTA

O Evangelho lido hoje em milhares de comunidades de fé do mundo (Marcos 4, 35-41) mostra um Jesus “zen”, leve em meio ao peso do mundo. Dormindo na frágil embarcação sobre ondas revoltas.
Lição de vida nesse universo de temores, incertezas e ansiedades em que navegamos.

Fotos de Eduardo Ribeiro (horta em Santa Rosa de Viterbo/SP) e Igor Amaro (praça em Angra dos Reis/RJ)

SER SEMENTE, SOMENTE

Como Jesus explicava bem as coisas! No evangelho lido neste domingo em milhares de comunidades de fé pelo mundo (Marcos, 4, 26-34), o Mestre usa comparações bem compreensíveis (parábolas) para a multidão que queria ouví-lo.

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