A MILITARIZAÇÃO CORROMPIDA

O patético desfile de tanques e blindados, com seus roncos e fumaças poluindo o Distrito Federal, esta semana, foi bem revelador do processo de militarização do (des)governo Bolsonaro.

Está em curso uma crescente ocupação de funções civis pelos fardados. São 6.115 oficiais com cargos em comissão em diferentes esferas do governo federal. Muitas “boquinhas” invejáveis.

Mais: a patente de “Marechal” – antigamente, honraria a quem foi aos campos de batalha (como Deodoro e Floriano, participantes de Guerra do Paraguai, e Mascarenhas de Moraes e Henrique Lott, que atuaram na 2ª Guerra Mundial) – extinta em 1967, foi reconstituída recentemente, “no sapatinho”.

Esse “neomarechalato”, que traz prestígio, poder e mais remuneração e “benefícios”, já foi concedido a cerca de 100 generais! Entre esses, Heleno, Villas Boas e, pasmem, o torturador Brilhante Ustra! Um escândalo, um escárnio. Parece que o critério é ser… bolsonarista ou “ídolo” do capitão (mais detalhes em excelente matéria no site da Revista Forum).

Também já se assegurou a servidores públicos da cúpula – incluindo os militares – o recebimento de salários acima do teto constitucional de R$ 39 mil/mês. Isso beneficia o próprio Bolsonaro e vários de seus ministros. Tem gente ganhando mais de R$ 60, 80 mil no país do desemprego, da doença, da fome. No mundo militar, com direito a pensão vitalícia para filhas que não casarem…

Essas são razões – mesquinhas, destituídas de qualquer grandeza – pelas quais continuar no poder virou obsessão para certos setores, agarrados na nau do Estado como ostra ou craca em casco de navio.

Daí a articulação golpista em curso, e a preparação de um “agito” para o caso bem possível de derrota nas urnas, em 2022. Junta setores (minoritários, espera-se) das Forças Armadas, grupos milicianos, empresários tipo “véio da Havan”, policiais militares e civis, clubes de tiro e tantos quantos se alinhem ao fanatismo da extrema-direita.

ROBERTO JEFFERSON, com seus ataques violentos à democracia e seus vídeos ameaçadores, portando arma pesada, é o arauto dessa súcia. Precisa mesmo sair de circulação.

Gente perigosa, favorecida por sucessivos decretos de facilitação da aquisição de armas de fogo – próspero mercado macabro no Brasil, a la EUA.

A consciência cidadã, democrática e republicana precisa denunciar continuamente essas baixezas, esse panteão de mediocridades que imaginávamos fechado. O bolsonarismo reabriu a caixa de horrores com o que há de pior na vida nacional. Não passarão!

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