Bolsonaro tem andado calado em relação à lama da compra de vacinas (propinavac) e ao aúdio da ex-cunhada revelando o esquema espúrio de “arrecadação” dos mandatos dele e dos seus zeros.
Mas foi rapidíssimo na reação às manifestações imensas de sábado, contra o seu desgoverno. Sem argumentos para responder às graves denúncias, tratou logo de divulgar cenas de uns poucos caras em SP, totalmente fora da orientação da passeata, quebrando coisas. Tentou dizer que quem vai às ruas para criticar seu governo de morte é “vândalo”, “desordeiro”.
A facilidade com que esses “rebeldes” agiram, até filmando suas próprias “atividades” idiotas, nos leva a crer que são aliados do bolsonarismo. Tais “ações diretas” – só ocorridas em SP – visam prejudicar o crescimento do movimento popular; gerar medo em quem se dispõe, cada vez em maior número, a ir às ruas (inclusive famílias com crianças).
A quem isso interessa? O fato da PM paulista não efetuar nenhuma detenção e não apurar quem “organizava” o ato isolado também é bem suspeito… Coisa da P2? Até o “A” do suposto anarquismo foi pichado errado. E, convenhamos, ter como “alvo” ponto de ônibus, estação de metrô e banca de jornais é de uma estupidez antissocial sem fim.
A História registra essa tática de infiltração para desmerecer e enfraquecer mobilizações de massa. Ou o oportunismo de grupelhos que, ao supostamente “combater o inimigo”, só fazem fortalecê-lo.
Então vale repetir: o movimento nacional pelo #ForaBolsonaro é pacífico, e quem não obedece ao comando não pertence a ele. É seu adversário. Não nos representa.
Quem já articula trama golpista para se perpetuar no poder pode, perfeitamente, estar operando para tumultuar aquilo que mais o afeta: a praça cheia, multicor, dizendo “Basta!”, “Não à corrupção e à morte!”.
Para nós, “amar e mudar as coisas interessa mais” (“Alucinação”, Belchior, 1946-2017)
Mais fortes são os poderes do povo organizado do que “gesto” isolado!