“Ninguém, ninguém vai me segurar
Ninguém há de me fechar
As portas do coração
Ninguém, ninguém vai me sujeitar
A trancar no peito a minha paixão
Eu não, eu não vou desesperar
Eu não vou renunciar, fugir
Ninguém, ninguém vai me acorrentar
Enquanto eu puder cantar
Enquanto eu puder sorrir
Ninguém, ninguém vai me ver sofrer
Ninguém vai me surpreender
Na noite da solidão
Pois quem tiver nada pra perder
Vai formar comigo o imenso cordão
E então, quero ver o vendaval
Quero ver o carnaval sair!
Ninguém, ninguém vai me acorrentar
Enquanto eu puder cantar
Enquanto eu puder sorrir
Enquanto eu puder cantar
Alguém vai ter que me ouvir
Enquanto eu puder cantar
Enquanto eu puder seguir
Enquanto eu puder…”
CORDÃO, samba de Chico Buarque de Hollanda, lançado em 1971 (há meio século, em plena ditadura, no antológico disco Construção). CHICO ANIVERSARIA HOJE, quando veremos “imensos cordões” pelo país, contra a escalada autoritária.