O PERU SE RESGATA!

“Perdemos o Peru”, lamentou o autocrata Bolsonaro, diante de uma plateia de “fiéis”, no mesmo discurso em que disse que “a vacina está experimental” – contrariando a ciência, o bom senso e até seu ministro da Saúde (que, acocorado, nada dirá…).

Bolsonaro, “mi(n)to” da extrema-direita, sente-se derrotado no Peru. Tem razão: o vitorioso, ainda que por pequeníssima margem, é Pedro Castillo, professor de escola rural, líder da categoria, cujo símbolo de campanha foi um lápis. A derrotada foi Keiko Fujimori, da extrema-direita.

Ela tentava pela 3ª vez a presidência, para se livrar de processo por corrupção e indultar seu pai, o ex-presidente ditador Alberto Fujimori, que cumpre pena de 25 anos por crimes contra a Humanidade. Essa é a turma do ainda presidente do Brasil.

Pedro é conservador nos costumes, mas, no 2º turno, foi apoiado por uma coalizão de forças progressistas e de esquerda. Tem aguda consciência social, quer convocar uma Constituinte e, desde já, implementar uma reforma tributária que ajude a diminuir o abismo entre os poucos muito ricos e os muitos muito pobres. Num país devastado pela Covid, vai priorizar saúde e educação públicas.

Por tudo isso, a elite peruana arma um golpe: com Keiko, insiste em fraude, que observadores internacionais negam. E pretende asfixiar o futuro governo. Em Lima, onde se concentra o poder político e econômico do “establishment” agora batido – como o foi nas eleições para a Constituinte chilena e na Bolívia – se diz que “no Peru é mais fácil destituir um presidente do que prender um estuprador”.

Não será assim dessa vez: o povo organizado e mobilizado superará todos os obstaculos impostos pela secular oligarquia, exploradora e acumuladora. O sinal para a mudança está dado, está escrito, está na alma do povo peruano. Povo que sabe, com seu grande pensador José Carlos Mariátegui (1894-1930), que “não é possível democratizar a educação de um país sem democratizar sua economia e sem democratizar, por fim, sua superestrutura política”.

Novos ventos sopram em “Nuestra America”. Com nossa consciência e luta, chegarão ao Brasil!

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