Na Câmara Federal, na calada da noite, Artur Lira (chefe do Centrão e aliado de Bolsonaro), abriu a porteira e passou uma boiada de fazer inveja ao antiministro Salles. Por maioria expressiva, aprovou-se uma flexibilização do licenciamento ambiental que é um verdadeiro “liberou geral”.
Obras de infraestrutura, estradas, pontes, viadutos, barragens, postos de combustível, tudo estará facilitadíssimo. Vai bastar a autodeclaração do construtor de que o ambiente estará cuidado: uma tal de “adesão e compromisso”. As comunidades tradicionais – indígenas, ribeirinhos, quilombolas – não serão mais consultadas.
Para se ter uma ideia, dos atuais 2 mil processos de licenciamento em curso, no âmbito federal, nada menos que 1990 estarão liberados de imediato, se o Senado confirmar o que a Câmara decidiu. Licença para matar e desmatar!
Suely Araújo, ex-presidenta do Ibama, resumiu: “isso vai na contramão do mundo, é uma aberração”. @Carlos Minc, ex-ministro do Meio Ambiente, lembrou que esse projeto “nega o que o governo disse na Conferência do Clima e agride o direito ao meio ambiente, o princípio da precaução e a preservação das terras indígenas, tudo previsto na Constituição”.
Enquanto isso, no Executivo, Guedes abre a porteira para os super-salários. Portaria do Ministério da Economia autoriza cerca de mil funcionários públicos do alto escalão – entre eles Bolsonaro, Mourão, Braga Netto, Ramos e Heleno, todos militares – a ganhar ACIMA do teto constitucional de R$ 39,2 mil (que já é, convenhamos, uma baita e privilegiadíssima remuneração).
Aumentos que vão de R$ 2 mil a R$ 27 mil: mamata e marajanato liberados! Já a imensa maioria dos servidores… Mais um escândalo no país do desemprego, do arrocho salarial, da miséria crescente, da fome, da devastação de valores e da natureza.
Organize sua indignação! Não sejamos, como na canção de Gil e Dominguinhos, “rês desgarrada nessa multidão-boiada caminhando a esmo”!!!
Junião e sua arte denunciam a devastação