Fábio Wajngarten, ex-chefe da Secretaria de Comunicação do governo federal, abriu seu depoimento na CPI se identificando: “tenho sólida formação judaica, sou frequentador do Templo de Salomão (Igreja Universal), me aconselho com os pastores Silas Malafaia e RR Soares, sou admirador e íntimo de Bolsonaro, a quem apoio na construção de um país temente a Deus”. Um neobolsonarista raiz!
Depois foi só evasivas, autodefesa e blindagem do seu ex-chefe e continuado “mi(n)to”. Que contraste com o depoimento do presidente da Anvisa, Barra Torres, ontem… Pérolas de Wajngarten, até este momento:
– “não tomei cloroquina quando peguei Covid, em março de 2020, pq esse remédio ainda não existia” (há pelo menos mais de uma década esse medicamento está no mercado, para outras enfermidades, e desde o início Bolsonaro propagou a cloroquina para o tratamento “precoce” do coronavírus)
– “nunca disse que o general Pazzuello era incompetente. A manchete da revista é para vender, vou escrever uma carta corrigindo” (na entrevista à VEJA, mencionou a “incompetência da equipe do Ministério da Saúde”)
– “não participei de negociações com a Pfizer, só quis ajudar, criar pontes, fazer atalhos, pois tinha competência jurídica para isso, e informei ao presidente da República” (mas nada disso é negociação com a Pfizer…)
– “Guardei documentos da Secom… mas não comigo, eles estão na Secom” (Guardar, então, é não guardar)
– “Sobre o vírus, o presidente Bolsonaro fala de forma metafórica, igual à Anvisa quando não autoriza algumas vacinas” (E a meta de vacinação em massa fica fora…)
– “Na Secom, desconhecia qualquer comunicação do presidente e do governo contrária ao combate à pandemia. E jamais orientei que o Ministério da Saúde parasse de dar aquelas coletivas” (quanta desinformação!)
– “Conto nos dedos das mãos as vezes em que conversei com Carlos Bolsonaro” (8,,10? Por quanto tempo? Não seria tão pouco assim)
– “Não me lembro se a campanha ‘O Brasil não pode parar’ foi feita pela Secom, em março eu estava com Covid…” (o vírus afetou sua memória)
“Desconheço” foi a palavra mais utilizada por Wajngarten.
Fidelidade acima da verdade!