Saiu há pouco pesquisa Datafolha sobre a disputa presidencial – que ocorrerá daqui a um ano e cinco meses. Ela dá folgada liderança a Lula (PT), com 41%. Bolsonaro, ainda sem partido, tem 23%.
Na sequência, bem abaixo, estão Sérgio Moro (tb sem partido) com 7%, Ciro (PDT) com 6%, Huck (mais um sem partido) com 4%, Doria (PSDB) com 3%, e Mandetta (DEM) e Amoêdo (Novo), com 2%. 9% disseram votar em branco ou anular, e 4% estão indecisos.
Esta pesquisa foi presencial, e ouviu, dias 11 e 12 (hoje) 2.071 pessoas, em 146 municípios. Pesquisa é retrato do momento, claro. Mas revela tendências e o humor político da população (muito mutante, é bom lembrar).
Bolsonaro está no seu ponto maior de desgaste – impossível ser pior (mas em se tratando desse governo, não dá pra garantir…). Ele também pode se recuperar (va de retro!), com a vacinação crescendo (como todos exigimos!) e o auxílio-emergencial se prolongando (como todos cobramos!).
Uma outra tendência revelada é a “polarização”: despontam, de um lado, a extrema-direita governista, de outro a esquerda moderada que Lula hoje representa.
Os outros nomes, que vão de ex-eleitores de Bolsonaro a Ciro, somam 24%. Difícil que os primeiros se recomponham com Bolsonaro, o único “radical” nesse cenário.
Não por acaso, a simulação de 2º turno dá 55% para Lula e 32% para Bolsonaro. Lula venceria, por margem semelhante, todos os outros adversários. Já Bolsonaro perderia também para Ciro (48% a 36%) e até para Doria (39% a 40% – na verdade, empate técnico),
Talvez isso explique a postura cada dia mais agressiva dos governistas e, em especial, de Bolsonaro. Flávio Bolsonaro foi à CPI da pandemia para xingar. As provocações vão se suceder. E a exortação ao golpismo vai recrudescer.
O PSOL só começará a definir sua posição na eleição nacional no seu Congresso, no final do ano. Um setor do partido quer candidatura própria e lançou o nome do combativo deputado federal Glauber Braga. O debate está aberto, em alto nível.
O que é unânime é a urgência de uma Mesa de Diálogo permanente entre os partidos do campo progressista e movimentos sociais, para definir atuação conjunta no enfrentamento das desgraças que nos afetam HOJE (falta de vacinas, miséria, desemprego, colapso ambiental, corrupção orçamentária, o próprio governo Bolsonaro).
Essa Mesa também deve delinear pontos programáticos básicos para a saída do Brasil desse tormento, desse escuridão. Qualquer candidatura sem programa é vazia. Não se coloca o carro antes dos bois. Um balanço crítico das nossas trajetórias partidárias também é importante.
Há braços! Há corações e mentes que não desistem!