Orçamento público, em tese, é o dinheiro das receitas do Estado – basicamente vindas dos impostos que a sociedade paga – aplicado no bem comum. É a lei mais importante que os parlamentos votam, cada ano. Sua aplicação tem que ser fiscalizada.
Pois o Orçamento da era Bolsonaro, descobriu-se agora, tem uma pesada área paralela, secreta: nada menos que R$ 3 bi para a Companhia de Desenvolvimento do Vale do São Francisco, que engloba quase 2.700 municípios, estão sendo “alocados” por parlamentares governistas.
Cada deputado federal e senador tem direito a “emendas parlamentares” de R$ 8 milhões. Mas Alcolumbre (DEM), ex-presidente do Senado, recebeu R$ 277 milhões. Ciro Nogueira (PP), chefe da tropa de choque bolsonarista na CPI da pandemia, foi “contemplado” com R$ 120 milhões. Artur Lira, presidente da Câmara, Vitor Hugo (PSL), líder do governo, também se refestelaram.
Além disso, há indícios de superfaturamento, com tratores e retroescavadeiras, por exemplo, comprados pelo dobro do preço. Daí #TRATORAÇO. É certo isso? O certo é que esse é o modo de atuar do Centrão, ao qual Bolsonaro aderiu. É certo que isso é #corrupção.
Outro exemplo: como é sabido, a Polícia Civil do RJ promoveu uma “operação” na qual morreram 28 pessoas, inclusive um policial, no Jacarezinho, ferindo passageiros do Metrô e executando quem se escondeu em casas de moradores e queria se entregar.
Agora ocorre outra operação da Polícia na Muzema, área onde a milícia tem prósperos negócios imobiliários totalmente ilegais. Prédios desse esquema desabaram em 2019, matando 29 pessoas. A operação “Caixa de Areia” cumpre oito mandados de busca e apreensão e realiza bloqueio de contas bancárias de empresas clandestinas. Tudo na inteligência, para asfixiar a atividade criminosa. É assim que se faz.
Detalhe: no Rio, 57,5% do território é controlado por milícias, que ampliam seu mando e desmando. O tráfico armado de drogas domina (também despoticamente) 15,4%. O combate a esses grupos do banditismo tem dois pesos e duas medidas.
Brasil dos sinais trocados, das cartas embaralhadas, da captura da política pelo crime. Do “espírito miliciano” nos palácios do poder.
Os intocáveis