Era uma vez uma República dirigida por indivíduos nada republicanos. Era uma vez – ontem! – mais uma reunião de ministros em que foram expostos temores, covardia e preconceitos.
I ) O da Casa Civil, militar (general Ramos), foi franco: “tomei a vacina escondido, a orientação era não divulgar (…). Não tenho vergonha, tomei! Quero viver, pô!” Ainda bem que, fora dos palácios, muita gente sem patente faz questão de registrar, com alegria e emoção, a imunização.
II ) O general da Casa Civil também afirmou estar “pessoalmente tentando convencer o presidente a se vacinar. A vida dele, nesse momento, corre risco!”. Mas o próprio presidente, sexagenário egoísta e atrabiliário (tomado pelo ódio), não está nem aí com a vida de ninguém…
III) Nessa reunião de cúpula, o ministro “Posto Ipiranga” (desabastecido) buscou na lojinha de inconveniências a seguinte pérola: “o chinês inventou o vírus, a vacina dele é menos efetiva que a americana. A da Pfizer é melhor do que as outras!”. 85% dos insumos para as vacinas no Brasil, até agora, vieram da China. Guedes foi vacinado com a Coronavac e o governo não quis comprar as da Pfizer ano passado…
IV) Já o senador da mansão (e das ligações milicianas) Flávio Bolsonaro (Republicanos/RJ) tornou-se súbito defensor do distanciamento social. Disse que a CPI da Pandemia não devia funcionar, pois ia “gerar aglomeração”. Coroou sua fala com o vírus do machismo: “as mulheres já foram mais respeitosas e indignadas. Estão fora da CPI e nem fazem questão de estar”. Tomou uma invertida da senadora Eliziane Gama (Cidadania/MA).
Albert Einstein (1879-1955), físico que desenvolveu a teoria da relatividade (há quem a negue), ensinou: “só duas coisas são infinitas, o universo e a estupidez humana. Mas não estou seguro sobre o primeiro”.
O traço cortante do Gilmar