Enquanto a pandemia descontrolada mata mais de 3 mil pessoas por dia no Brasil, o ex-capitão, sem autocontrole e sem assessoria que o controle, assassina o bom senso, a lógica, o equilíbrio mínimo que se espera de quem ocupa o mais alto cargo público do país.
Dia desses, enraivecido pelas evidências de sua péssima atuação no combate à Covid, atacou, aos berros, a Ciência: “Cientistas canalhas, se não têm nenhum remédio para indicar, cale a boca e deixe o médico trabalhar” (a má concordância verbal é dele mesmo). Defendia o tal “tratamento precoce”, com remédios de eficácia duvidosa e efeitos colaterais pesados – pela enésima vez e com a habitual estupidez (a propósito, recomendo o artigo #Basta!, em O Globo de hoje, do neurocientista Miguel NIcolelis).
Ontem deu um passo adiante na direção do abismo. Perturbado com a abertura da CPI da Pandemia, vociferou: “o Brasil está no limite. O pessoal fala que eu tenho que tomar providências. Eu estou aguardando o povo dar uma sinalização. Porque a fome, a miséria, o desemprego estão aí, pô. Só não vê quem não quer”.
A fome, a miséria e o desemprego estão aí, agravadas pelos seus dois anos e 3 meses de desgoverno – o pior da História do Brasil.
Mas quero ver e não enxergo quem é o “pessoal” que lhe diz pra “tomar providências”? Médicos terraplanistas lhe receitando Rivotril? Quais “providências”, a renúncia? Que “sinalização do povo” aguarda? A de um golpe neofascista, acalentado por bolsocrentes fanáticos de extrema-direita, que as Forças Armadas não bancariam?
Você que me lê: ajude a decifrar o nefasto “enigma” Bolsonaro em sua confusão mental e arroubos autoritários. Quem é “seu pessoal” e quais “providências” ele devia tomar?
Ricardo Machado e o delírio frustrado da República fardada. Ditadura nunca mais!