Sem esperança a vida fica cinza, perde o sentido. Há razões para ter fé na vida, nas pessoas, no que virá – apesar de tudo. Eis algumas, na minha visão e sentimento:
1) acordar vivo e com disposição já é uma benção, um aviso de que é preciso valorizar cada minuto da existência (“Sê inteiro em cada coisa, nada teu exagera ou exclui” – F. Pessoa);
2) a Ciência já derrotou muitas pestes e está vencendo lentamente o novo vírus. Já temos vacinas – patrimônio comum da Humanidade, através do esforço coletivo – e só no Brasil há 17 experiências em curso para desenvolver um imunizador nacional;
3) os negacionistas, que, desprezam os seus semelhantes, estão ficando isolados, com suas posturas ridículas reconhecidas, em parte, até por quem já simpatizou com a estupidez;
4) multiplicam-se as ações de solidariedade efetiva, concreta, para garantir a muitos o pão de cada dia (cf plataforma Onde Tem Solidariedade e outras iniciativas): é quem pode doar conectado com quem precisa receber, com dignidade;
5) a desigualdade social, que gera bilhões de marginalizados, está sendo percebida como nosso grande problema até no mundo do Capital, bem como a urgência de uma distribuição de riqueza (com reforma tributária) global;
6) cresce também a consciência ecológica, da percepção de que somos parte da Natureza, e não seus dominadores, e de que toda devastação, poluição e agressão a tudo o que pulsa é uma violência contra nós mesmos.
Ariano Suassuna (1927-2014), grande mestre e escritor, repetia: “o pessimista é um chato, o otimista é um bobo: sou realista esperançoso!”.
E VOCÊ, quais suas razões de esperança? O que o/a faz não desanimar?
Encontro de causas e povos – Câmara dos Deputados, Brasil, 2017