Na tradição católica, o sábado que antecede a Páscoa era continuidade da Sexta da Paixão: dia de silêncio e meditação. A “dessacralização” da vida, os corridos tempos “modernos” tornam reflexão e oração atitudes raras. O “compro, logo existo” pede celeridade e superficialidade…
Tinha um lado barulhento, é verdade: a malhação do Judas. Na minha infância, montávamos um boneco de pano (com sapatos velhos e chapéu!), pendurávamos no poste e, depois do meio dia, tacávamos fogo e destroçávamos o coitado, a pauladas.
Desde aquela época era costume botar uma plaquinha dando nome ao Iscariotes da hora: um vizinho que não se dava com ninguém, um politicão corrupto…
“Aleluia” mesmo só no anoitecer, com a Vigília Pascal, a benção do fogo novo, o clarão Daquele que renova todas as coisas, aquecendo nossos corações. Lumem gentium: luz dos povos!
Proponho um desafio para o dia de hoje, seguindo a tradição: REFLEXÃO sobre o que somos e o que estamos fazendo das nossas vidas (que são breves!);
SILÊNCIO para ouvir a voz interior – descida ao “inferno” onde moram nossos medos e egoísmos – e a da natureza, que, mesmo maltratada, nos dá sempre dádivas de beleza e harmonia; MALHAÇÃO SIMBÓLICA de todos os “Judas” que andam por aí, semeando desencanto e morte, destruindo o país;
RESGATE das energias vitais, que nos fazem transitar das sombras para a luz, das escravidões para a liberdade, da grande e compreensível tristeza do momento presente para a alegria de viver – conquista sempre possível.
Desde já e apesar de tudo e de alguns… FELIZ PÁSCOA!
Atualizando a enorme cruz brasileira do traço de Aldir: 328.366!