Ele havia anunciado pronunciamento, nesse momento gravíssimo da Nação, para terça. Adiou. Ficou para ontem. Nada também. Mesmo assim foi “recepcionado” com panelaços em várias cidades brasileiras.
Sua Excrescência, se tivesse noção da função que exerce, viria a público reconhecer que estamos no pico da pandemia que sempre desprezou, com o número recorde de 1.910 mortes nessa quarta e a certeza trágica de que chegaremos ao total terrível de 260 mil mortos hoje ou amanhã. Uma tragédia, em parte evitável! Apresentaria, ainda que tardiamente, junto com seu ordenança Pazuello, medidas para enfrentar esse caos, e faria autocrítica do seu negacionismo, da sua obsessão em desconsiderar a ciência, o uso de máscaras, as aglomerações. Assumiria, afinal, a coordenação nacional no enfrentamento do vírus.
O capitão “desbussolado” também explicaria a responsabilidade do governo na tramóia das ações da Petrobras, que fizeram alguns, com informações privilegiadas, ganharem em um dia até R$ 18 milhões.
Por falar nisso, poderia dizer (com cinismo) que não tem a mínima ideia de como seu filho 01, senador, investigado por transações financeiras e imobiliárias suspeitas, amealhou recursos para comprar uma mansão de R$ 6 milhões em Brasília.
Deveria anunciar que o auxílio emergencial voltará, em R$ 600, até o fim da pandemia, sem retirar recursos da Educação e da Saúde.
Deveria explicar os modos e meios de ajudar a economia a reagir diante da queda brutal do PIB, da inflação de gêneros básicos, do crescimento do desemprego e do subemprego. Mas o espantoso “chefe da Nação”, tão falante nas “lives” e junto a públicos escolhidos a dedo, preferiu silenciar. São tantas e tão seguidas atrocidades que sua popularidade já não chega a 1/3 da população. Tem muito bolsocrente descrente. Tem muita gente sofrida. E sensível, e inteligente.
Charge de Rico