CASA GRANDE E SENZALA, SOBRADOS E MOCAMBOS…

Esses são títulos de obras de Gilberto Freyre (1900-1987), publicadas nos anos 30 do século passado, fundamentais para a sociologia brasileira.

A denominação das moradias (que dá nomes aos livros) revela o nosso secular abismo social, a dominação oligárquica, o contraste entre o que é possibilitado a uns poucos, com fartura, e negado à imensa maioria: condições dignas de viver.

Num país com tanta desigualdade, quem tem representação popular deve ser comedido, sobretudo se alardear que “é do povo”. Não é o que faz o “homem de negócios imobiliários”, senador Flávio Bolsonaro.

Ele acaba de comprar, em Brasília, uma mansão de R$ 6 milhões! Diz que a adquiriu, em parte, com recursos da suspeitíssima loja de chocolates, cuja participação societária vendeu quando da investigação de sua “parceria” com Queiroz. Outra metade veio de financiamento do BRB, banco público de Brasília, com juros amenos.

O imóvel tem valor três vezes maior do que a declaração total de bens de Flávio quando concorreu ao Senado, em 2018. Célere ascensão social, que só com salário de parlamentar não se explica. Haja “teologia da prosperidade” para abençoar… A transação pegou tão mal que a 2a turma do STJ, que ia livrar Flávio de outras investigações em curso, praticamente sepultando tudo que o Ministério Público Estadual apurava, decidiu tirar de pauta os novos recursos da defesa do Zero Um…Quem exerce função pública é “pessoa politicamente exposta”. Tem sempre que esclarecer tudo direitinho, sobretudo o que envolve altas somas. Na minha longa vida pública, aprendi que quando se tem uma ascensão patrimonial meteórica, expressiva, exercendo mandatos, é porque não se dedicou a eles, e sim aos negócios, ou os utilizou para fazer maracutaias.

A mansão de Flávio Bolsonaro em Brasília

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